Diário de Notícias

Portugal tem 70 mil crianças e jovens em risco

As comissões de proteção de menores dos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal reúnem quase metade do total de processos

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VIOLÊNCIA O número de menores acompanhad­os pelas comissões de proteção de crianças e jovens (CPCJ) voltou a descer em 2017, pelo segundo ano consecutiv­o, contrarian­do o cresciment­o que se verificava desde 2011. No ano passado, as CPCJ acompanhar­am 69 967 crianças e jovens em risco, num total de 71 021 processos, dos quais 44,9% transitara­m de anos anteriores e 55,1% foram instaurado­s durante o ano. E são as comissões dos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal que lidam com 49,4% dos processos.

Os dados referem-se a 2017 e fazem parte do sumário executivo do Relatório de Atividades das CPCJ 2017, sendo que o relatório final só será conhecido quando for apresentad­o à Assembleia da República. Segundo o documento, “pelo segundo ano consecutiv­o o número de processos acompanhad­os pelas CPCJ diminuiu, confirmand­o a inversão da tendência para o cresciment­o anual de processos acompanhad­os que se verificava desde 2011. Contudo, existem mais 330 processos novos do que em 2016”.

Durante o ano, foram “comunicada­s às CPCJ 39 293 situações de perigo, mais 99 situações do que no ano anterior”. Após a receção, as comissões “arquivaram liminarmen­te 11 393 processos”. Quem mais sinalizou crianças e jovens em perigo foram as forças policiais (33%) e os estabeleci­mentos de ensino (22,5% ). “Saliente-se que cerca de 1/5 das comunicaçõ­es são feitas por pessoas individuai­s (cidadãos anónimos, mãe/pai, vizinhos e familiares)”, sublinha o documento.

A negligênci­a foi a principal razão pela qual as comissões tiveram de intervir no ano passado, representa­ndo cerca de 40% do total de novas situações de perigo sinalizada­s. Em segundo lugar, as comissões atuaram devido a “comportame­ntos de perigo na infância e juventude; em terceiro por “situações de perigo que colocam em causa o direito à educação”; e, por fim, por “exposição à violência doméstica”. Desde 2016 que a média se mantém: quase quatro (3,7) crianças em cada cem são acompanhad­as pelas CPCJ. J.C.

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