Trump-Moon Jae-in: uma cimeira para salvar outra cimeira
Coreias. Líderes dos EUA e da Coreia do Sul preparam hoje reunião com Coreia do Norte
Garantir que a cimeira de 12 de junho, em Singapura, tem lugar e com resultados positivos. É este o principal objetivo da cimeira de hoje, em Washington, entre os presidentes dos EUA e da Coreia do Sul, Donald Trump e Moon Jae-in.
“Os dois líderes irão trabalhar de perto e de forma inabalável para o sucesso da cimeira de 12 de junho entre os EUA e a Coreia do Norte”, disse fonte da Casa Branca citada pela agência Reuters, no domingo, quando Trump e Moon Jae-in falaram ao telefone 25 minutos.
Os dois líderes têm mantido uma estreita relação desde que coincidem no poder (Trump tomou posse em janeiro de 2017, Moon Jae-in em maio de 2017). Esta conversa telefónica foi a décima quinta e a reunião de hoje a quarta.
Conceituado diplomata (e conhecedor do tipo de personalidade do presidente norte-americano), Moon Jae-in já chegou inclusivamente a defender que o seu homólogo dos Estados Unidos “devia ganhar o Prémio Nobel da Paz”.
Confiante numa nova era de paz na península coreana, sobretudo depois do seu encontro com o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, na cimeira de 27 de abril em Panmunjom, Moon Jae-in deve ter visto com preocupação as ameaças dos últimos dias, tanto do lado norte-coreano como do lado norte-americano.
As recentes manobras militares conjuntas dos EUA e Coreia do Sul levaram o regime norte-coreano a suspender as conversações intercoreanas pós-27 de abril. E a sugestão do conselheiro de segurança nacional John Bolton, de que o modelo líbio poderia ser usado, não veio em nada ajudar. Mas mesmo aí não há uma versão única vinda dos Estados Unidos. Bolton referia-se ao que geralmente se poderia entender por modelo líbio: Muammar al-Kadhafi aceitou desistir do seu programa nuclear em 2003 e depois acabou por ser morto com o apoio da NATO no contexto da Primavera Árabe em 2011.
Porém, para Trump, o modelo líbio parece ser outra coisa: “Se olharem para o modelo que foi usado com Kadhafi, foi de uma total razia. Fomos lá para dar cabo dele. Agora, esse modelo, muito provavelmente, será usado se não houver um acordo. Mas, se houver um acordo, penso que Kim Jong-un ficará muito feliz. Com Kim Jong-un ele continuaria lá. Ele continuaria a liderar o seu país. O seu país seria muito rico”, declarou por seu lado Donald Trump.
Ontem, no Twitter, deixou avisos à China sobre a Coreia do Norte: “A China deve continuar a ser forte e rígida na fronteira da Coreia do Norte até um acordo ser feito. Diz-se que a fronteira se tem tornado cada vez mais porosa. Quero que isso aconteça, que a Coreia do Norte seja um sucesso, mas depois de assinado um acordo.”