Diário de Notícias

Trump-Moon Jae-in: uma cimeira para salvar outra cimeira

Coreias. Líderes dos EUA e da Coreia do Sul preparam hoje reunião com Coreia do Norte

- PATRÍCIA VIEGAS

Garantir que a cimeira de 12 de junho, em Singapura, tem lugar e com resultados positivos. É este o principal objetivo da cimeira de hoje, em Washington, entre os presidente­s dos EUA e da Coreia do Sul, Donald Trump e Moon Jae-in.

“Os dois líderes irão trabalhar de perto e de forma inabalável para o sucesso da cimeira de 12 de junho entre os EUA e a Coreia do Norte”, disse fonte da Casa Branca citada pela agência Reuters, no domingo, quando Trump e Moon Jae-in falaram ao telefone 25 minutos.

Os dois líderes têm mantido uma estreita relação desde que coincidem no poder (Trump tomou posse em janeiro de 2017, Moon Jae-in em maio de 2017). Esta conversa telefónica foi a décima quinta e a reunião de hoje a quarta.

Conceituad­o diplomata (e conhecedor do tipo de personalid­ade do presidente norte-americano), Moon Jae-in já chegou inclusivam­ente a defender que o seu homólogo dos Estados Unidos “devia ganhar o Prémio Nobel da Paz”.

Confiante numa nova era de paz na península coreana, sobretudo depois do seu encontro com o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, na cimeira de 27 de abril em Panmunjom, Moon Jae-in deve ter visto com preocupaçã­o as ameaças dos últimos dias, tanto do lado norte-coreano como do lado norte-americano.

As recentes manobras militares conjuntas dos EUA e Coreia do Sul levaram o regime norte-coreano a suspender as conversaçõ­es intercorea­nas pós-27 de abril. E a sugestão do conselheir­o de segurança nacional John Bolton, de que o modelo líbio poderia ser usado, não veio em nada ajudar. Mas mesmo aí não há uma versão única vinda dos Estados Unidos. Bolton referia-se ao que geralmente se poderia entender por modelo líbio: Muammar al-Kadhafi aceitou desistir do seu programa nuclear em 2003 e depois acabou por ser morto com o apoio da NATO no contexto da Primavera Árabe em 2011.

Porém, para Trump, o modelo líbio parece ser outra coisa: “Se olharem para o modelo que foi usado com Kadhafi, foi de uma total razia. Fomos lá para dar cabo dele. Agora, esse modelo, muito provavelme­nte, será usado se não houver um acordo. Mas, se houver um acordo, penso que Kim Jong-un ficará muito feliz. Com Kim Jong-un ele continuari­a lá. Ele continuari­a a liderar o seu país. O seu país seria muito rico”, declarou por seu lado Donald Trump.

Ontem, no Twitter, deixou avisos à China sobre a Coreia do Norte: “A China deve continuar a ser forte e rígida na fronteira da Coreia do Norte até um acordo ser feito. Diz-se que a fronteira se tem tornado cada vez mais porosa. Quero que isso aconteça, que a Coreia do Norte seja um sucesso, mas depois de assinado um acordo.”

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Donald Trump e Moon Jae-in num encontro em junho de 2017

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