Diário de Notícias

NOS 20 ANOS DO NOBEL, A FEIRA DO LIVRO DE LISBOA QUASE ESQUECE JOSÉ SARAMAGO

Só há um Nobel da Literatura em toda a língua portuguesa, mas a organizaçã­o não aposta na comemoraçã­o dos 20 anos do prémio de Saramago. A ex-editora do nobel traz a Lisboa Germano Almeida, o mais recente prémio Camões

- JOÃO CÉU E SILVA

Os 20 anos da atribuição do único Nobel da Literatura para a língua portuguesa a José Saramago quase era ignorada na 88.ª Feira do Livro de Lisboa. Não fosse a editora do escritor assinalar a data com um pavilhão próprio, restaria na feira um único momento de evocação dos 20 anos do Nobel.

Ao DN, a organizaçã­o da Feira do Livro de Lisboa considera que a data não está esquecida, mas a única iniciativa prevista para o recinto é a projeção do documentár­io José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes, promovida pela APEL e pela Cinemateca Portuguesa . Será a atual editora de José Saramago, a Porto Editora, que destacará o nobel entre as restantes centenas de pavilhões, com a criação de um espaço especialme­nte dedicado ao escritor. Nele estará exposta toda a obra de José Saramago, bem como decorrerá a projeção constante de momentos da vida do escritor, como a do discurso de Estocolmo. O aniversári­o e o Prémio Camões Em ano de aniversári­o do Nobel, existe também o do filósofo Eduardo Lourenço, 95 anos desde anteontem, a celebrar amanhã com a exibição do documentár­io do mesmo Miguel Gonçalves Mendes, intitulado, como uma das suas obras mais importante, Labirinto da Saudade .

Entre as várias presenças na feira estará a do mais recente prémio Camões, Germano Almeida, cuja vinda a editora Leya garantiu ontem ao DN estar confirmada. O escritor cabo-verdiano estará disponível para conversas com os leitores e para autografar os seus livros durante o último fim de semana. Não estará só, pois várias centenas de escritores nacionais e estrangeir­os estão já anunciadas nos pavilhões de todas as editoras.

Chuva na abertura

Se há uma certeza absoluta sobre a Feira do Livro de Lisboa desde o seu início é a de que irá chover fortemente no recinto. A previsão para hoje, o dia da abertura, e du- rante o primeiro fim de semana confirma essa tradição que dificulta a vida aos leitores, autores e editores. Nada que impeça a 88.ª edição de ser mais uma grande festa do livro. Como tem acontecido nos últimos anos, a organizaçã­o transformo­u o espaço do Parque Eduardo VII num evento que vai muito além dos livros, com múltiplos espaços de restauraçã­o e de lazer.

Quanto aos livros, bate-se mais um recorde neste ano: mais 25 editoras e chancelas estarão pela primeira vez na feira e mais oito novos pavilhões serão instalados. Ou seja, são 294 pavilhões e 626 editoras e chancelas distribuíd­as ao longo de 23 mil metros quadrados – mais três mil do que no ano passado.

Outro regresso é o do Presidente da República hoje à tarde na abertura da feira, que contará ainda com a presença do ministro da Cultura e do autarca lisboeta. Marcelo Rebelo de Sousa vai levar uma lista de compras literárias e duas malas de viagem para levar as aquisições.

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Os últimos trabalhos ainda decorriam ontem na Feira do Livro de Lisboa. Abre ao público hoje às14.30 e encerra no dia 13 de junho
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