Diário de Notícias

CONGRESSO DO PS EVITAR SÓCRATES E LANÇAR TRÊS ELEIÇÕES EM 2019

Hoje, à hora dos telejornai­s da noite, António Costa abrirá mais uma reunião máxima do PS. Vêm aí três eleições

- JOÃO PEDRO HENRIQUES

É a antinotíci­a: nada de relevante mudará no PS depois do XXII Congresso do partido, que hoje se iniciará na Batalha.

Tudo está preparado para um grande comício de lançamento dos desafios eleitorais do PS em 2019; eleições europeias, eleições legislativ­as e eleições regionais na Madeira. O essencial da estrutura dirigente do partido não mudará: Costa já foi reeleito secretário-geral; Carlos César será reeleito presidente do partido; e Ana Catarina Mendes continuará secretária-geral adjunta. Nem César nem Ana Catarina serão cabeças-de-lista ao Parlamento Europeu. Decisões sobre essa matéria serão anunciadas numa convenção no final do ano.

E depois há o elefante na sala, José Sócrates, o ex-líder do PS e ex-primeiro-ministro (e agora ex-militante) que obteve para o partido o melhor resultado de sempre em legislativ­as, maioria absoluta – e está acusado de corrupção, fuga ao fisco e branqueame­nto de capitais na Operação Marquês. Não à “política de casos” António Costa quer passar ao lado do assunto – dizendo apenas que o PS (e ele próprio) fez mais pelas leis anticorrup­ção do que qualquer outro partido e que à política o que é da política e à justiça o que é da justiça.

É claro – diz ao DN Ana Catarina Mendes – que “há liberdade para todos os congressis­tas dizerem o que quiserem”. Por exemplo: Carlos César, que tenciona recor- dar que o PS lançou no Parlamento uma agenda de transparên­cia no exercício da política; ou Ferro Rodrigues, que tem batalhado pelo exercício em exclusivid­ade da atividade parlamenta­r; ou, claro, Ana Gomes, que já disse que o congresso deveria ser o momento para “escalpeliz­ar como [o PS] se prestou a ser instrument­o de corruptos e criminosos”. Só que o partido – afirma a secretária-geral adjunta – “não faz política de casos”, porque “não se entrega a uma agenda de imediatism­os, que gera populismos”. As prioridade­s serão então outras. “Sem crises de identidade” Discutir – defende Ana Catarina Mendes – questões como “as alterações climáticas” ou a “sociedade digital” ou a “demografia” – enfim, o “combate às desigualda­des”. E para lá das questões da corrupção no Estado, são precisas “respostas para os pensionist­as, para a classe média, para os precários”, em defesa da “atração de investimen­to estrangeir­o”.

Pelo meio, foi ressuscita­do um debate que tem no PS a idade do partido: se deve estar à esquerda ou mais ao centro. Pedro Nuno Santos (esquerda) e Augusto Santos Silva (centro) polarizara­m o debate.

Ana Catarina Mendes diz que isso “faz parte da riqueza do debate”. Mas logo a seguir assegura que o PS “é da esquerda democrátic­a, europeísta, e das liberdades”. E há mais: “Não encontro em António Costa nenhuma crise de identidade ideológica. É um homem de esquerda.”

“[O PS] não se entrega a uma agenda de imediatism­os, que gera populismos” “Não encontro em António Costa nenhuma crise de identidade ideológica. É um homem de esquerda” ANA CATARINA MENDES SECRETÁRIA-GERAL ADJUNTA DO PS

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 ??  ?? ExpoSalão, na Batalha, vai receber o XXII Congresso do PS
ExpoSalão, na Batalha, vai receber o XXII Congresso do PS

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