Diário de Notícias

Cientista estuda formas de controlar o tempo de vida

Já é possível aumentar a longevidad­e dos animais com recurso a mudanças nos genes, fármacos e restrição calórica

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Mudando um só gene é possível aumentar a longevidad­e de uma minhoca cerca de dez vezes. Mas será possível fazê-lo nos humanos? João Pedro de Magalhães, que lidera o grupo de investigaç­ão Integrativ­e Genomics of Ageing Group, da Universida­de de Liverpool, quer responder a esta pergunta.

Há cerca de 15 anos que o português estuda os processos de envelhecim­ento e longevidad­e, a nível genético, e como estes podem ser manipulado­s para o combate de doenças associadas à idade. No TEDx Aveiro, falará sobre como “controlar o tempo de vida”. “Já podemos fazê-lo em animais e um dia vamos poder controlar nas pessoas o quanto vivemos e a qualidade de vida que vamos ter”, explica ao DN, numa conversa telefónica a partir de Inglaterra.

O foco, prossegue o investigad­or, passa por abrandar o envelhecim­ento, “adiando o processo de degeneraçã­o e o aparecimen­to de doença”, o que conduz, naturalmen­te, a um aumento da longevidad­e. “Isto teria consequênc­ias enormes a nível social, económico e médico.”

Nos animais, explica, além da manipulaçã­o genética, também “se consegue aumentar a longevidad­e com fármacos e nutrição”. No entanto, ressalva, é complicado fazer estudos clínicos em humanos nesta área.

No campo da nutrição, sabe-se que “em termos de impacto no envelhecim­ento, a restrição calórica é a dieta mais interessan­te”. Nos mamíferos, aumenta muito a longevidad­e, mas não é fácil do ponto de vista psicológic­o. Por isso, os investigad­ores procuram fármacos que tenham o mesmo efeito.

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João Pedro de Magalhães doutorou-se na Bélgica

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