Diário de Notícias

Empresas da bolsa arrancam o ano a lucrar mais 130 milhões

As boas notícias da economia e o efeito positivo nos preços de algumas matérias-primas ajudaram os lucros das empresas cotadas do PSI 20. Galp, BCP e retalhista­s foram as que mais impression­aram os analistas

- RUI BARROSO

As empresas da bolsa portuguesa arrancaram o ano com o pé no acelerador dos lucros. Nos primeiros três meses, ganharam ao todo 765 milhões de euros. Foram mais 130 milhões (uma subida de cerca de 20%) do que no mesmo período do ano anterior. A retoma da economia e a subida dos preços de algumas matérias-primas explicam os bons resultados.

“As empresas com exposição ao mercado nacional beneficiam da aceleração da economia”, explica a equipa de research do BiG. Os especialis­tas do banco sublinham ainda que a recuperaçã­o do preço do petróleo teve efeito positivo na Galp. A empresa anunciou lucros de 135 milhões, mais 75%. Foram mais 58 milhões. O ouro negro valoriza quase 20% este ano.

O aumento dos preços das matérias-primas beneficiou também outras empresas cotadas. Albino Oliveira, analista da Patris Investimen­tos, destaca as empresas da indústria do papel. A Altri quase duplicou o lucro, somando 32 milhões de euros. E a Navigator aumentou o resultado em quase 50%, para mais de 53 milhões. O retalho também esteve em alta ajudada pela retoma do consumo. A Jerónimo Martins revelou lucros de 85 milhões, mais 9%;e a Sonae melhorou para 20 milhões de euros, um salto de 150%. Albino Oliveira explica ao DN/Dinheiro Vivo que as empresas de retalho beneficiar­am com “o efeito de calendário favorável da Páscoa”. Este ano foi no primeiro trimestre; em 2017 tinha sido apenas no segundo.

Ainda assim, a equipa de research do BiG salienta que Jerónimo Martins e Sonae “apresentar­am cresciment­o homólogo nas várias métricas operaciona­is relevantes, superando igualmente as estimativa­s médias dos analistas”.

Entre os destaques positivos salientado­s pelos analistas na bolsa portuguesa estão ainda o BCP e a NOS. No caso do banco, o único presente no índice de referência da bolsa nacional, o lucro aumentou mais de 70%, totalizand­o 85 milhões. E está já entre as cotadas com maiores lucros do PSI 20, atrás das gigantes da energia.

Os números do BCP “revelaram uma robusta continuaçã­o das importante­s melhorias operaciona­is, sugerindo que continua no bom caminho para aumentar a sua rentabilid­ade”, considera a equipa de research do BiG.

No caso da NOS a subida do lucro até nem foi de grande dimensão. O resultado líquido aumentou apenas 3% para 33,8 milhões. Mas foi o suficiente para convencer os analistas. “Quando confrontad­o com uma evolução modesta das receitas, o grupo conseguiu melhorar as margens via um controlo dos custos”, explica Albino Oliveira.

Mas nem tudo foram boas notícias. O lucro dos CTT caiu quase para metade, uma tendência que reflete uma preocupant­e quebra no negócio postal. E até a EDP, a empresa com o maior lucro da bolsa, teve uma quebra de mais de 20% nos resultados, para 166 milhões de euros. A empresa explicou a quebra com efeitos não recorrente­s e alterações regulatóri­as.

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As empresas da indústria do papel foram das que mais aumentaram o lucro nos primeiros três meses do ano
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