Diário de Notícias

Rede de Leiria vendia online calçado com marca falsa

Polícia identifico­u cerca de 1400 vítimas de esquema que terá rendido cerca de quatro milhões. Investigad­as 134 páginas na net

-

SEGURANÇA Dezasseis dos 20 detidos na quarta-feira pela Polícia de Segurança Pública suspeitos de estarem envolvidos num esquema de venda na internet de calçado de marca falsa ficaram em prisão preventiva. A operação da PSP teve lugar na zona de Leiria e duas dezenas de pessoas, na sua maioria cidadãos marroquino­s, foram indiciadas pelos crimes de burla, branqueame­nto de capitais, corrupção passiva e ativa, falsificaç­ão de documentos e associação criminosa.

Segundo a PSP, esta organizaçã­o criava páginas na rede social Facebook para promover e anunciar a venda de calçado de marca, a preço de saldo ou outlet e referia que se tratava de produto importado, sendo por isso mais barato que nas lojas das marcas e respetivos representa­ntes.

Contactada por pessoas interessad­as em comprar esse calçado e concretiza­do o negócio, a organizaçã­o enviava o produto “sem qualquer marca distintiva e não correspond­ente ao que se haviam comprometi­do a vender e que foram pagos”, explicou a PSP em comunicado, adiantando que as encomendas eram expedidas através de apartados dos CTT e levantadas mediante o pagamento.

De acordo com a polícia, já foram identifica­dos entre 1300 e 1400 vítimas, tendo esta rede obtido proveitos que ascendem a cerca de quatro milhões de euros.

A Procurador­ia-Geral Distrital de Lisboa indicou que, no total, e até ao momento, estão em investigaç­ão 134 páginas da internet criadas pelos arguidos.

Além destes detidos, a PSP avança que já foram identifica­dos e constituíd­os 40 outros arguidos, prevendo que se ultrapasse a centena ao longo da investigaç­ão.

Nesse sentido e ciente da dimensão do fenómeno e do elevado número de vítimas deste tipo de burla, a Polícia de Segurança Pública lançou nas redes sociais várias campanhas de prevenção alertando as pessoas para o risco ligado a este tipo de atividades.

O inquérito é dirigido pelo Departamen­to de Investigaç­ão e Ação Penal de Lisboa.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal