Diário de Notícias

Rafa, a lenda maior de Roland-Garros, procura o 11.º título

Espanhol é favorito incontesta­do a ganhar mais uma vez em Paris. Nas mulheres, regresso de Serena Williams atrai maior parte das atenções

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TÉNIS É a pergunta para um milhão de dólares – ou, neste caso, para 2,2 milhões de euros, que é quanto Roland-Garros paga aos seus vencedores (masculino e feminino): haverá alguém capaz de impedir Rafael Nadal de conquistar o seu 11.º título no mítico torneio parisiense? A lógica diz que, muito provavelme­nte, não. Afinal de contas, o “rei da terra batida” não ganhou este cognome por acaso.

Os dez títulos de Nadal em Roland-Garros são o recorde de vitórias de qualquer tenista num torneio do Grand Slam e estão suportados num quase irreal registo de 79 vitórias e apenas duas derrotas ao longo de 12 participaç­ões – numa percentage­m de vitórias de 97,5%. Os únicos tenistas que podem gabar-se de ter, um dia, derrotado Nadal no seu jardim de pó de tijolo são o já retirado sueco Robin Soderling (em 2009) e o sérvio Novak Djokovic (2015).

Neste ano, ainda para mais, Rafael Nadal parece apresentar-se ao seu melhor nível, como demonstrou na rampa de lançamento para Roland-Garros. Em 20 partidas nesta época em terra batida, o maiorquino ganhou 19 e só perdeu uma, contra o austríaco Dominic Thiem, nos quartos-de-final do Open de Madrid. De resto, venceu o torneio de Monte Carlo pela 11.ª vez, conquistou o Open de Barcelona pela 11.ª vez, Roma pela oitava vez. Pelo meio, estabelece­u ainda um novo recorde de sets ganhos de forma consecutiv­a numa superfície (o pó de tijolo, claro), com 50.

Quase a fazer 32 anos, Nadal parece estar ao melhor nível, o que faz dele o favorito incontesta­do para Roland-Garros. Entre os candidatos a alcançar aquilo que John McEnroe considera o desafio mais difícil do ténis (ver entrevista) estão os do austríaco Dominic Thiem, protagonis­ta das duas últimas derrotas do espanhol em terra, do jovem alemão Alexander Zverev e do sérvio Novak Djokovic, o ex-n.º 1 mundial e último tenista a bater Nadal em Roland-Garros, em 2015, no ano em que o sérvio completou o seu Grand Slam de carreira.

Para simplifica­r a tarefa ao espanhol, nenhum desses três nomes está na sua metade do quadro, pelo que só poderá enfrentar um deles na final. Ao contrário do que acontece com João Sousa. Se vencer o seu duelo de entrada frente ao argentino Guido Pella – um especialis­ta em terra, 81.º do ranking ATP –, o melhor tenista português tem a ameaça de Nadal logo na segunda ronda. Um muro precoce. Serena e uma grande incógnita Entre a prova feminina, o lote é incomparav­elmente mais aberto em relação à vencedora. Mas também há um nome a concentrar (quase) todas as atenções: Serena Williams, naturalmen­te, que regressa a um Grand Slam pela primeira vez depois de ser mãe. Um regresso marcado pela polémica não concessão de um estatuto de cabeça-de-série por parte da direção do torneio, o que fez alastrar o debate sobre as políticas de proteção de maternidad­e no ténis feminino.

Além de Serena, também a russa Maria Sharapova volta a Paris pela primeira vez desde a suspensão por doping e é uma das candidatas, num lote bastante aberto que inclui seis tenistas em luta pela liderança mundial: Karolyna Pliskova, Caroline Garcia, Elina Svitolina, Garbiñe Muguruza, Caroline Wozniacki e a romena Simona Halep, atual n.º 1 do mundo que ainda procura o seu primeiro título do Grand Slam. Mas, como demonstrou a inesperada vitória da letã Jelena Ostapenko no ano passado, prever o nome da vencedora feminina é um exercício arriscado.

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