Diário de Notícias

Na única final italiana da Liga dos Campeões, Gianluigi Buffon estreou-se no jogo decisivo e sofreu a primeira de três derrotas em finais, apesar de ter defendido duas grandes penalidade­s

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Pela primeira e única vez desde que se chama Liga dos Campeões (1992-93), a prova não contou com a presença de qualquer equipa portuguesa na fase de grupos em 2002-03. Nessa época, o campeão Sporting precisou de jogar a terceira pré-eliminatór­ia, mas foi afastado pelo Inter de Milão. O vice-campeão Boavista também esteve na fase preliminar, mas depois de eliminar os malteses do Hibernians acabou por cair na terceira pré-eliminatór­ia, aos pés dos franceses do Auxerre. Ambos foram recambiado­s para a então Taça UEFA, que acabou por ser conquistad­a pelo... FC Porto.

O interesse nacional na Champions ficou então remetido ao espetáculo e aos cinco jogadores lusos que disputaram a prova: Luís Figo (Real Madrid), Rui Costa (AC Milan), Sérgio Conceição (Inter), Jorge Andrade (Deportivo) e Hugo Viana (Newcastle).

Em plena era dos galácticos, os madridista­s eram os detentores do título e apontados como favoritos, mas ficaram às portas da final. O carrasco foi a Juventus, que se vingou da derrota no jogo decisivo de 1998 e carimbou o passaporte para a única final italiana da história da Taça/Liga dos Campeões – e segunda entre equipas do mesmo país, depois do duelo entre Real Madrid e Valência em 2000 –, diante do AC Milan, em Old Trafford, na cidade inglesa de Manchester, a 28 de maio de 2003.

Num encontro também marcado pela ausência por suspensão de um dos grandes craques da vecchia signora, o checo Pavel Nedved, fez-se jus à velha escola do catenaccio, registando-se um nulo no final dos 90 minutos e do prolongame­nto.

No culminar de um início de jogo muito intenso, os milaneses viram um golo de Andriy Shevchenko ser anulado por um fora-de-jogo posicional de Rui Costa, que no entender do árbitro alemão Markus Merk estaria a tapar o campo de visão de Gianluigi Buffon. Seguiu-se um longo período sem oportunida­des para os dois lados, até que no

Rui Costa em ação na final da Liga dos Campeões de 2002-03, que o AC Milan conquistou segundo tempo o bianconero Antonio Conte e o rossonero Andrea Pirlo acertaram nos ferros das balizas adversária­s. Os dois lances emotivos foram um aparte, uma vez que ambas as equipas voltaram a fazer marcha-atrás, adiando a decisão do vencedor para as grandes penalidade­s.

Já sem Rui Costa em campo, substituíd­o aos 87 minutos por Massimo Ambrosini, os milaneses foram mais fortes no desempate por penáltis, vencendo por 3-2. Buffon, que nessa noite perdeu a primeira de três finais da Champions na carreira, defendeu os remates de Clarence Seedorf e Kakha Kaladze, contudo, o brasileiro Dida ainda conseguiu melhor, travando as tentativas de David Trezeguet, Marcelo Zalayeta e Paolo Montero. O pontapé decisivo coube a Andriy Shevchenko, que se tornou o primeiro futebolist­a ucraniano a sagrar-se campeão europeu e garantiu a sexta Champions para o AC Milan.

Já o maestro não foi o primeiro português a conquistar a Liga dos Campeões, mas alcançou em Old Trafford o ponto mais alto da carreira, contribuin­do com cinco assistênci­as para a vitória – foi o melhor nesse capítulo, a par de Pablo Aimar, então no Valência. “Tanto no primeiro como no segundo tempo, com todo o respeito pela Juventus, penso que fomos superior. É mau perder ou ganhar nos penáltis, mas no final ganhou a melhor equipa”, afirmou Rui Costa já de medalha ao peito.

Também de medalha de ouro da Champions ao peito, mas pelo terceiro clube, estava o holandês Clarence Seedorf, que nessa noite estabelece­u um recorde que ainda perdura. Antes, tinha vencido a competição mais prestigian­te da UEFA pelo Ajax (1994-95) e Real Madrid (1997-98).

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