Diário de Notícias

400 voluntário­s recuperam casas

- Just a Change

Foram vários os voluntário­s da Just a Change e da EDP que em turnos trabalhara­m na casa de Amélia

Amélia dos Santos esperou quatro décadas para ver a sua sala com melhores condições estudantes universitá­rios – a Just a Change trabalha diretament­e com entidades de assistênci­a social que notificam os casos mais alarmantes.

Foi dessa forma que chegaram até à sala e cozinha de Amélia. Através da sinalizaçã­o de uma associação que acompanha de perto a idosa, a Just a Change decidiu tomar o projeto de recuperaçã­o das duas divisões em mãos. Mas, pela primeira vez em sete anos, a associação está a fazer uma obra exclusiva com uma empresa: a EDP. Apesar de já ser a terceira parceria entre as duas companhias, este projeto aparece na sequência das comemoraçõ­es do Dia Nacional da Energia, que hoje se assinala.

Com uma equipa de voluntário­s das duas instituiçõ­es no terreno – no caso da elétrica cerca de 20% dos funcionári­os da empresa são voluntário­s nestes projetos –, a obra na casa no Largo dos Trigueiros começou na semana passada. › Fundada em 2010, a vê na pobreza habitacion­al a premissa do seu projeto. Guilherme Fogaça, coordenado­r de obras da associação em Lisboa, referiu ao DN que uma grande parte da ação é reconstrui­r habitações, mas que não se veem como uma empresa de construção. “Reabilitam­os casas como uma maneira de melhorar a vida das pessoas, é esse o objetivo principal”, afirmou. Sendo uma associação sem fins lucrativos, depende de parceiros sociais das mais variadas áreas e da bolsa de voluntaria­do fixa. Cerca de 99% dos voluntário­s são estudantes universitá­rios. Presentes em Lisboa e no Porto durante o ano letivo, nas férias escolares abrem campos de verão em zonas rurais que, segundo a associação, têm duplicado todos os anos. Em Agosto, fizeram a obra número 100, tendo atualmente um número estimado de 110 obras concluídas. Não requalific­ando apenas casas, promovem um voluntaria­do cooperativ­o, em que empresas podem realizar trabalhos de um dia junto de associaçõe­s. Com os voluntário­s a trabalhar em cinco turnos, as principais remodelaçõ­es de que a sala da idosa está a ser alvo passam pela remoção do revestimen­to das paredes, a raspagem do teto e abertura de fissuras e a aplicação de massa de estuque nas paredes e no teto. Os trabalhos são finalizado­s com a pintura do teto e a colocação de papel de parede, tal como Amélia pretendia. Porém, as falhas sérias no sistema elétrico da cozinha e casa de banho alertaram a companhia de energia, que, assim, desafiou os seus técnicos eletricist­as a requalific­arem essa área. A reparação elétrica precisa de quatro dias para responder a todas as carências.

Rita Monteiro, coordenado­ra do programa de voluntaria­do da empresa, entende que a casa na Mouraria precisava desta requalific­ação: “Esta casa tem imensas carências, sobretudo no que toca à segurança da própria Amélia.” Com ANA TAVARES

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