Angela Merkel vê como vale a pena investir no país
A chanceler inicia hoje uma ronda de encontros no Porto e em Braga. Com António Costa vai discutir a reforma económica da União Europeia
VISITA A chanceler alemã, que inicia hoje uma visita oficial de dois dias a Portugal, viajará entre o Porto e Braga em veículos produzidos na fábrica da Autoeuropa, em Palmela, os Volkswagen T-Roc e Sharan. E a primeira paragem de Angela Merkel será no Centro de Tecnologia e Desenvolvimento da Bosch, em Braga.
Com esta agenda, as autoridades portuguesas querem mostrar à dirigente alemã a subida da cadeia de valor registada pelo investimento proveniente da Alemanha em Portugal.
A chanceler Angela Merkel, que vem a Portugal a convite do primeiro-ministro português, também discutirá com António Costa a reforma da União Económica e Monetária (UEM) e o novo quadro financeiro plurianual europeu.
Fonte do executivo português adiantou à agência Lusa que nesta reunião de trabalho, que encerra um programa de dois dias de visita a Portugal da chanceler alemã, será também abordado como tema central a questão dos refugiados.
Angela Merkel está empenhada numa agenda positiva para a União Europeia e vê no primeiro-ministro português um interlocutor importante para a construção de novos consensos entre os diferentes Estados membros. Merkel, em sucessivas intervenções públicas, tem salientado que “só com união a Europa pode vencer os desafios internos e externos que enfrenta”, referiu a mesma fonte.
Depois deste primeiro dia em que Angela Merkel terá no Porto e em Braga um programa mais virado para os domínios económico-empresariais e científico, na quinta-feira, em Lisboa, a chanceler alemã é recebida ao início da manhã pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.
A chegada da chefe do executivo alemão ao Palácio Foz está prevista para 10. 45, iniciando-se a seguir uma reunião a sós com António Costa.
Ainda de acordo com o programa oficial, pelas 11.20, terá início uma reunião alargada às comitivas dos dois governos e, a terminar, o primeiro-ministro português e a chanceler alemã farão declarações à imprensa.
Fonte do governo português sublinhou que no plano europeu “há um entendimento conceptual” entre Portugal e a Alemanha a nível dos principais pontos em discussão. Desde que assumiu funções como primeiro-ministro, em novembro de 2015, António Costa definiu como uma das suas principais prioridades na frente europeia a reforma da zona euro, defendendo que só com mudanças profundas a UEM poderá ser um espaço de convergência e não de crescentes assimetrias entre os diferentes Estados membros. Uma linha que tem enfrentado a oposição de países como a Holanda, entre outros da Europa do Norte.