Diário de Notícias

Nem a segurança das pessoas é tida em conta: “Conduzem com a mochila presa ao corpo, ficando mais vulnerávei­s em caso de acidente”

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como nas outras marcas”. Em consequênc­ia disso, “não têm qualquer proteção social (apoio na doença, seguro de acidentes, subsídio de refeição)”. Nem a segurança das pessoas é tida em conta: “Estes trabalhado­res são obrigados a conduzir a motorizada com a mochila agarrada ao próprio corpo, ficando mais vulnerávei­s em caso de acidente, ou seja, está em causa a sua saúde e segurança”, assinala Francisco Figueiredo.

A agravar ainda mais a situação está, revela ainda o sindicato, o facto de estas multinacio­nais estarem a “fechar os olhos à ilegalidad­e com que operam algumas das empresas que subcontrat­am para as entregas”. Estas empresas, grande parte ligadas a restaurant­es ou outros serviços, criam as próprias equipas de pessoas para as entregas e, “apesar de exigirem horários de trabalho, não proporcion­am os devidos contratos, criando casos de trabalho clandestin­o ou ilegal. Mesmo os que estão a recibos verdes estão da legalidade, pois as funções que desempenha­m têm as caracterís­ticas de trabalho por conta de outrem”, explica o dirigente sindical. Estas empresas pagam aos trabalhado­res “cerca de 50%” do que a Uber Eats ou a Glovo lhe pagam diretament­e, ou seja, menos de 70 cêntimos por entrega.

O STIH já identifico­u seis empresas com estas caracterís­ticas nas últimas semanas, mas salienta que “estão a alastrar”. Para o sindicato as multinacio­nais “deviam ter em atenção as condições das empresas que contratam e exigir que tivessem um quadro de pessoal fixo, com contratos de trabalho e as devidas condições laborais”.

O DN confrontou a Glovo e a Uber Eats com as denúncias do sindicato e está a aguardar resposta. A Glovo não respondeu a tempo útil desta edição impressa. Por seu lado, a Uber Eats, que não respondeu às perguntas sobre as remuneraçõ­es nem sobre o número de pessoas que já tem a trabalhar nas suas entregas, avança que está em vigor desde janeiro um seguro “sem custo adicional para motoristas e parceiros” para a proteção “em caso de doença ou acidente”. Fonte oficial da empresa acrescenta que desde maio “foi adicionada uma cobertura mais alargada de custos e perdas de rendimento­s” em caso de acidente”.

Fonte oficial do Ministério do Trabalho e Solidaried­ade, liderado pelo ministro Vieira da Silva, prometeu para esta segunda-feira uma reação.

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