MIGUEL OLIVEIRA
ACELERAÇÃO FINAL VALE O PRIMEIRO TRIUNFO DO ANO
“Vi que todos os pilotos estavam com problemas na frente da corrida, pelo que decidi que tinha de tentar tudo para ganhar. Decidi ganhar” “O Lorenzo tinha um pouco mais de velocidade do que eu, por isso tentou atacar a vitória, mas ela acabou por me sorrir no final”
MIGUEL OLIVEIRA
PILOTO DE MOTO2
Na última volta do Grande Prémio de Itália, Miguel Oliveira arrumou a concorrência com uma aceleração final que lhe valeu o primeiro triunfo da temporada no Mundial de Moto2, mantendo o segundo lugar da geral, mas agora a apenas 13 pontos do líder Francesco Bagnaia (Kalex). O piloto português vai evoluindo, preparando-se para já a confirmada estreia, em 2019, na principal categoria do motociclismo, a MotoGP.
O atleta de Almada começou como terminou: a todo o gás. Saindo da 11.ª posição da grelha de partida, Miguel Oliveira chegou ao final da reta da meta em quinto, concluindo a primeira volta já no pódio (terceiro). De duelo em duelo, ganhando uns e perdendo outros, a decisão da corrida ficou reservada para a última volta, quando o luso da KTM se sobrepôs de vez a Lorenzo Baldarassari (Kalex) e concluiu vitoriosamente a corrida realizada no circuito de Mugello.
Além de ter de contornar a maior velocidade das motos da Kalex, Oliveira ainda precisou de ultrapassar o fator casa dos dois principais rivais na corrida de ontem. Primeiro, teve alguma fortuna na forma como se livrou de Mattia Pasini (Kalex), que vencera neste local em 2015 e partira da pole position, mas que teve uma comprometedora queda a oito voltas do final, altura em que liderava a corrida. Finalmente, com classe e engenho, bateu definitivamente Lorenzo Baldarassari na derradeira volta (aproveitando, igualmente, um erro do italiano, que com manobras para descolar do português causou um desgaste nos pneus que o impediu de acompanhar o adversário).
“Hoje foi em português! Conseguimos! Mais uma dura batalha superada, obrigado a todos”, exultava na sua página de Facebook o piloto português, que não se esqueceu de localizar a mensagem a partir do circuito de Mugello, onde se tinha estreado a vencer em Moto3, em 2015. Este será, seguramente, um circuito que o piloto da KTM encarará sempre com a perspetiva de fortuna e bons resultados finais.
No final, Miguel Oliveira fez uma leitura pragmática da corrida: “Vi que todos estavam com problemas na frente, pelo que decidi que tinha de tentar tudo para ganhar.”
“O Lorenzo tinha, sem dúvida, um pouco mais de velocidade do que eu, por isso tentou atacar para assegurar a vitória, mas ela acabou por me sorrir no final”, disse o piloto de 23 anos. Efusivo, tinha começado por libertar a adrenalina entre sorrisos: “Não dá para descrever, na verdade. Decidi ganhar”, rejubilou o ambicioso corredor da KTM.
No Mundial, no qual o almadense já garantiu quatro pódios em seis provas, Miguel Oliveira manteve o segundo lugar, mas reduziu a diferença para o líder do campeonato, Francesco Bagnaia, de 25 para 13 pontos. Bagnaia vai na frente com 111 pontos, Oliveira regista 98, à frente de Lorenzo Baldassarri, que soma 84 pontos. A 17 de junho, o Grande Prémio da Catalunha é a sétima prova do Mundial de Moto2. Um piloto em ascenção A ascenção de Miguel Oliveira, que vai resultar na estreia na categoria-rainha, a MotoGP, em 2019, pela KTM Tech 3, tem sido desenhada pela evolução dos resultados do português nas outras categorias do motociclismo, modalidade que já pratica desde os 9 anos.
Nas quatro épocas em Moto3, de 2012 a 2015, Oliveira conseguiu quatro pódios (um 2.º e três 3.º lugares). Na Moto2 a partir de 2016 (ano de infortúnio, com uma lesão na clavícula e sem pódios), conseguiu 13 pódios entre 2017 e o que leva deste ano (seis provas realizadas até ao momento). No ano passado, conseguiu três vitórias, dois 2.º e quatro 3.º lugares; em meia dúzia de corridas neste ano, soma quatro pódios – o triunfo de ontem, um 2.º e dois 3.º postos. E ainda faltam 19 Grandes Prémios até ao final do ano.