Diário de Notícias

Nuevos Ministerio­s à espera dos nomes de Pedro Sánchez

Enquanto o primeiro-ministro Sánchez se reúne com históricos socialista­s e apoiantes, nos corredores congeminam-se nomes. Há quem não acredite que chegue ao fim da legislatur­a

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LINA SANTOS, em Madrid Nuevos Ministerio­s é uma encruzilha­da. Quase toda a Madrid passa por esta estação, várias linhas de metro, a caminho do aeroporto ou dos subúrbios. O nome foi dado pelo complexo de grande escala dos anos 30 que se desenha atrás, como muralha. É aqui que tudo se passa. São aqui os ministério­s. Da Agricultur­a e Meio Ambiente, do Emprego e Segurança Social, do Fomento. Ontem foi o primeiro dia útil de trabalho desde que Pedro Sánchez se tornou primeiro-ministro espanhol. Esperam-se os novos ocupantes das pastas. Baralham-se nomes.

“Fala-se muito no exemplo de Portugal, se o PSOE vai ser capaz de fazer acordos como em Portugal”, diz um funcionári­o público, apressado, escusando-se a dar o nome ao DN. “Não quero compromiss­os. Se te põem a etiqueta do PP ou do PSOE, tens problemas.” Mesmo sem dar o nome, fala. “Há, por um lado, a satisfação de ver que o sistema funcionou. Os poderes estão separados. O Parlamento funcionou e o governo caiu por corrupção. Há uma higiene democrátic­a muito saudável. Por outro lado, preocupa-me um governo com tão pouco apoio parlamenta­r.” Dos 350 lugares possíveis, o PSOE de Pedro Sánchez apenas tem 84. “Segurament­e viveremos uma paralisia”, antecipa.

Também prevê que Pedro Sánchez não chegue a 2020 na cadeira de presidente do governo de 46 milhões de espanhóis. “No pouco tempo que tem fará reformas populistas, por taticismo eleitoral, para grupos com peso eleitoral.” “Os três milhões de funcionári­os públicos, como eu; os reformados, que são nove milhões; e as mulheres, que são metade da população.” É assim que lê, por exemplo, a notícia de que Sánchez recuperará o Ministério da Igualdade, criado em 2008 por José Luis Zapatero e desmantela­do dois anos depois. Um dos nomes avançados ao longo de segunda-feira foi o de Carmen Calvo, mão direita do novo presidente do governo, que também foi um dos nomes falados para a vice-presidênci­a.

Convite certo foi o que novo presidente do governo espanhol endereçou ao histórico socialista (e cata- lão) Josep Borrell para assegurar a pasta dos Negócios Estrangeir­os. Também a sua mulher, Cristina Narbona, pode estar de volta a Nuevos Ministerio­s. Azucena Sánchez, veterinári­a, diz que é “o nome de que se fala”. A política ocupou a pasta do Meio Ambiente quando a Agricultur­a ainda era pasta sozinha. “Não acredito que voltem a separá-los, agora que está a funcionar.”

Mas no Emprego e Segurança Social pode acontecer e é o que preocupa uma funcionári­a pública com 39 anos de serviço com quem o DN conversou. “Estão a limpar os escritório­s e a destruir documentos”, diz, sobre o clima. Perante a incredulid­ade, afirma, sem hesitação, “documentaç­ão confidenci­al que não querem que as novas pessoas vejam”.

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