Ao final de 14 anos, Mariano Rajoy deixa liderança do PP
Ex-primeiro-ministro espanhol pediu a convocação de um congresso extraordinário para eleger o seu sucessor
PARTIDO “Chegou o momento de pôr um ponto final nesta viagem”, disse ontem Mariano Rajoy, anunciando que vai deixar a presidência do partido que lidera há 14 anos. “É o melhor para o Partido Popular, para mim e para Espanha”, acrescentou diante do Comité Executivo Nacional do PP.
O ex-primeiro-ministro, afastado da liderança do governo graças a uma moção de censura desencadeada após uma sentença judicial num caso de corrupção que terá financiado o PP, propõe a realização de uma junta diretiva para convocar o Congresso que “abra uma nova etapa no nosso partido para uma nova direção”. Rajoy, de 63 anos, indicou que ficará à frente do partido, no qual milita há 37 anos, até ser eleito o seu substituto.
Entre os nomes de que se fala está o da sua antiga número dois no governo, a ex-vice-presidente Soraya Sáenz de Santamaría, a secretária-geral do PP e ex-ministra da Defesa, Maria Dolores Cospedal, ou o presidente do governo galego, Alberto Núñez Feijóo.
“Continuarei convosco, porque não imagino a minha vida fora do PP. Não vou entregar o cartão de militante”, referiu Rajoy. “Tenho consciência da lealdade enorme de todos. Foi incrível”, dizia, quando a emoção lhe toldou a voz. Acabaria ovacionado pelos presentes.
Em relação ao governo de Pedro Sánchez, Rajoy defendeu que nasce com “debilidade extrema” e “péssimos companheiros de viagem”, referindo-se “a independentistas, à esquerda radical e aos populistas”. E deixou um aviso: “É um projeto débil, incerto e instável.”