“EXISTEM VINHOS DE EXCELÊNCIA EM TODO O PAÍS”
EM ENTREVISTA, PAULA JORDÃO, DIRETORA COMERCIAL DA SONAE MC, EXPLICA A IMPORTÂNCIA DO PRÉMIO UVA DE OURO TANTO PARA OS CONSUMIDORES COMO PARA OS PRODUTORES. UM PRÉMIO QUE CHEGA ESTE ANO À SEXTA EDIÇÃO E QUE SE TORNA, CADA VEZ MAIS, UM DOS MAIORES CONCURSOS DE VINHOS DO PAÍS. Considera que o setor dos vinhos nacionais está de boa saúde?
Portugal continua a apresentar uma performance notável neste setor, tendo registado no ano de 2017 um crescimento das vendas de vinhos, tanto na grande distribuição como na restauração. O mercado de exportação também tem apresentado bons resultados, sendo que Portugal é já o 9.º maior país exportador mundial de vinho, tendo vindo a conquistar cada vez mais espaço além-fronteiras. Qualitativamente, os vinhos portugueses continuam também a receber as mais variadas distinções e medalhas em prémios de renome nacional e internacional, consolidando assim a sua notoriedade. Até que ponto esse panorama tem beneficiado com o Prémio Uva de Ouro? O Prémio “Uva de Ouro” tem servido como forma de destacar a multiplicidade de vinhos de qualidade superior disponíveis na garrafeira do Continente. Premiar os melhores vinhos, através de um selo de Excelência e de Melhor da Região, é importante para que os consumidores sintam confiança na sua escolha, que valoriza tanto os vinhos premiados como os seus produtores.
Ao longo de seis edições, quais os pontos que se destacam, no seu entender, e quais as inovações que gostaria de ver em eventuais edições futuras?
Todos os anos são provados no Prémio Uva de Ouro vinhos de diferentes anos de colheita, sempre com uma qualidade assinalável, das várias regiões vitivinícolas. Um dos importantes desafios desta competição é mostrar que existem vinhos de excelência em todo o país, e não apenas numa ou outra região. No sentido de mostrar a qualidade na diversidade, temos adicionado
ao Prémio categorias de vinhos como os rosés, os espumantes, os vinhos do Porto e Moscatel. A seleção de vinhos a concurso permite ainda que pequenos e grandes produtores concorram entre si pelo pódio do Prémio Uva de Ouro, assumindo o espírito de democratização do acesso aos prémios pelos produtores e aos vinhos premiados pelos consumidores. De destacar ainda que o facto de o Prémio incluir provas cegas e ser reconhecido pelo Instituto da Vinha e do Vinho, assegurando a todos os participantes
“A seleção de vinhos a prémio permite ainda que pequenos e grandes produtores concorram entre si pelo pódio do Prémio do Uva de Ouro”
e consumidores a isenção e a credibilidade da competição. O desafio para o futuro será manter o alto standard de qualidade dos vinhos a prémio e a maior comunicação dos vinhos premiados nas lojas, aumentando a sua visibilidade para o consumidor.
A tecnologia terá um papel predominante na maneira como os consumidores escolhem os vinhos? De que forma pode a evolução tecnológica beneficiar todas as partes envolvidas na cadeia de consumo de vinhos?
A tecnologia já tem um papel importante neste setor até porque nos deparamos com um consumidor mais exigente e uma oferta cada vez mais vasta, tornando os objetivos mais criteriosos no momento da compra. Como tal, assiste-se atualmente à criação de serviços que auxiliam os consumidores a fazer as suas escolhas de vinhos. Por exemplo, o Continente passou a disponibilizar no Facebook, desde o início do ano, o Enólogo Continente, um assistente virtual que está acessível a partir da caixa de mensagens, através de um chatbot que interage diretamente com o consumidor, apresentando-lhe a melhor oferta, de acordo com as suas necessidades e preferências. Também no Facebook, temos partilhado live vídeos em que uma escanção responde em direto às questões dos consumidores. E no site do Chef Continente temos o espaço do Enólogo, onde partilhamos diversos conteúdos sobre vinhos, sugestões e ligação a vários bloggers desta área. Estes são alguns dos exemplos que refletem os passos que estamos a concretizar na área tecnológica aplicada ao setor. A tecnologia vai ganhar cada vez mais força no setor vitivinícola e sabemos que a apresentação de serviços inovadores, que se traduzam em soluções práticas, de forma a facilitarem o dia a dia dos consumidores, vão ter o sucesso garantido.
Sendo a maior garrafeira nacional, o Continente acaba por ter uma grande responsabilidade perante consumidores e produtores. Qual a visão da empresa para o futuro desta relação entre todos?
Sem dúvida que com mais de 1300 referências de vinhos em mais de 250 lojas, o nosso desafio diário na garrafeira Continente é apresentar a melhor oferta de valor, desde as gamas de entrada às de patamar superior, das diversas regiões vitivinícolas nacionais e reforçando cada vez mais os vinhos produzidos por pequenos produtores que estão presentes apenas nas lojas da sua região. Só assim é possível ir ao encontro da satisfação dos clientes com uma gama muito focada nas suas necessidades e preferências e, ao mesmo tempo, dar oportunidade a uma grande diversidade de produtores de estarem presentes nas lojas do Continente. É, aliás, através deste compromisso de parceria com a produção que temos conseguido desenvolver com sucesso, nos últimos anos, marcas líderes na sua região, de forma sustentável e duradoura.