Treinador e diretor clínico anunciados até final da semana
Escolhas estão praticamente feitas. Bruno de Carvalho propõe alteração de estatutos para poder escolher sócios para render quem se demitir. E faz violentas acusações à Holdimo
Esta é uma semana crucial para a temporada futebolística do Sporting. O DN sabe que a SAD liderada por Bruno de Carvalho pretende, até sexta-feira, divulgar os nomes do treinador principal e do diretor clínico. Ou seja, quem vai suceder, respetivamente, a Jorge Jesus e a Frederico Varandas.
Urge definir, principalmente, quem vai ser o condutor do plantel de futebol profissional. Já se sabe que Luiz Felipe Scolari rejeitou, depois de ter aceitado entrar em negociações com o clube de Alvalade. Esta seria uma escolha inédita no consulado de Bruno de Carvalho, pois o atual presidente tem optado sempre por técnicos portugueses – Leonardo Jardim, Marco Silva e Jorge Jesus. Só o facto de Scolari ter sido um nome que os leões tentaram demonstra que, pela primeira vez, Bruno de Carvalho está tentado a contratar um estrangeiro.
Quanto mais cedo for contratado o treinador, mais depressa o Sporting pode fechar alguns dossiês relacionados com compras e vendas, ainda que Bruno de Carvalho tenha adiantado que até dia 15, data-limite para a apresentação das rescisões, não faria qualquer renovação ou vendas, a não ser as que estão previstas. CD nunca perderá quórum Na assembleia geral do dia 17, cuja marcação foi feita pela comissão transitória da Mesa da assembleia geral (MAG), Bruno de Carvalho vai submeter à aprovação dos sócios novas competências para o presidente do conselho diretivo. Entre elas, a seguinte: “Em caso de cessação antecipada dos membros do conselho diretivo, o seu presidente poderá indicar o preenchimento das vagas com outros sócios efetivos A, contando que se mantenham os requisitos e a proporcionalidade prevista no n.º 3 desta norma estatutária.”
Ou seja, em caso de demissões, Bruno de Carvalho terá de encontrar sócios inscritos há pelo menos 15 anos com pagamento ininterrupto nos 15 anos anteriores à eleição. Basicamente, isto impedirá que o conselho diretivo perca o quórum, podendo dar-se o caso de o presidente, seja ele qual for, terminar o mandato como único membro eleito. Golpada e tomada de poder Também ontem, numa visita ao núcleo de Alenquer, Bruno de Carvalho visou a Holdimo, empresa que detém 29% do capital da SAD leonina: “O início de tudo não foi o post de Madrid [em que criticou a exibição da equipa leonina após a derrota frente ao Atlético de Madrid para a Liga Europa], mas sim a minha entrevista ao DN, em que abri o livro sobre a reestruturação financeira e disse que em 2019 o Sporting ia ter quase 90% da SAD. Por isso, a Holdimo faz o que faz. Não é o meu futuro em jogo, é o vosso. O que pode acontecer se sair é que vem outra pessoa e vende as VMOC à Holdimo, amortiza as que sobrarem e os sportinguistas perdem o controlo da SAD. É uma belíssima jogada de xadrez, que resulta. O busílis da questão é que não querem que o clube seja maioritário na SAD.”
Na verdade, não se tratou de uma entrevista mas de um artigo de opinião, publicado pelo DN a 30 de abril, no qual Bruno de Carvalho fala sobre a situação financeira do clube e o haircut conseguido junto dos credores Novo Banco e BCP.
Foi ainda em Alenquer que explicou por que razão ainda não apresentou a carta de demissão: “Ninguém tem de se demitir pela vontade de uma Mesa da assembleia geral ou de um conselho fiscal e disciplinar. Têm de ser os sócios a votar, pelos estatutos. Não saímos porque não vamos voltar costas ao clube. Se o nosso trabalho fosse tão mau, não fariam ameaças nem ofereceriam empregos e dinheiro, férias de três meses às famílias com destinos paradisíacos.”
Para finalizar, voltou a garantir que há uma forma simples de abandonar a liderança do clube: “Se é esta golpada e tomada de poder que os sportinguistas querem, então é preferível na segunda-feira os sócios irem aos serviços do clube e no prazo de oito ou dez dias é marcada uma AG, sem truques, e é assegurada a segurança com fuzileiros e a Marinha, com as universidades de Minho, Porto, Coimbra, Lisboa. Não temos problema se a decisão for sair. Ninguém está agarrado a nada. Saímos pelo nosso pé se for essa a decisão. Se não for para sair, precisamos de paz para trabalhar. Quando cheguei, todos os jogadores podiam rescindir por justa causa porque tinham ordenados em atraso. Não vejo razão nenhuma para sair. Seremos sempre leais e honestos, sérios e trabalhadores. Sou o presidente com mais votos de sempre. Admito que não queiram que seja presidente, mas não admito que ponham em causa a nossa honra.”
Bruno de Carvalho acusa a Holdimo, empresa de Álvaro Sobrinho, de não querer que o clube seja o maior acionista da SAD