“Quem perde é a cibersegurança nacional”
Pedro Veiga sentiu-se enganado pelo governo por o ministro da Ciência, Manuel Heitor, não ter transferido, como prometido, o domínio da internet nacional – .pt – para a gestão do Centro Nacional de Cibersegurança. O professor catedrático não entende como um domínio de topo como este, que representa a soberania nacional, está nas mãos de uma “incompetente” associação privada, cujos lucros, de cerca de 2.5 milhões por ano, em nada revertem a favor do Estado. Está também em causa, diz, a proteção contra ciberataques. visão integrada do ciberespaço nacional. E isso só pode ser feito pelo CSIRT nacional que está inserido no CNCS. Foi pois, com grande espanto, que depois de sair da FCCN, assisti à criação da associação privada, autonomizada da FCCN, para gerir este domínio fulcral. Quando fui convidado para o CNCS, porque sabia que a Diretiva SRI que estava a ser ultimada inseria os domínios de topo da internet, como o .PT, no setor das infraestruturas digitais dos serviços essenciais, referi à ministra da Presidência que não podia aceitar que uma infraestrutura que é única, pela sua natureza, com os servidores que são ponto privilegiado para ter uma visão dos problemas de ciberataques existentes ao ciberespaço nacional, estivesse entregue a quem não sabia o que é gerir uma infraestrutura técnica e que julga que é, essencialmente, um negócio de venda de domínios. E a sua preocupação não foi tida em conta?