CGD fecha 70 balcões. Maior parte é em centros urbanos
Maioria dos encerramentos previstos para 2018 do banco do Estado ocorrem no fim de junho
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) garante que a maior parte dos cerca de 70 balcões que vão encerrar neste ano estão concentrados nos grandes centros urbanos, com destaque para a Grande Lisboa e o Grande Porto. A maioria das agências em causa encerram portas já no final deste mês.
O banco liderado por Paulo Macedo reafirmou ontem que está a seguir o previsto no plano estratégico que foi desenhado em 2016 pelo governo e por Bruxelas no âmbito do processo de recapitalização de 5000 milhões de euros da CGD. “A Caixa tinha 587 agências em 2017 e no final deste ano ficará com 517, cumprindo a sua missão de banco público estável e acessível aos cidadãos e empresas, mas também sustentável e viável”, refere o banco num comunicado. “Além da Grande Lisboa e do Grande Porto, a CGD optou por reduzir a sua presença nas maiores cidades, onde se tem acentuado a preferência dos clientes pelos serviços digitais”, garante.
O fecho de balcões tem levado a protestos por parte de habitantes das localidades afetadas. Em Darque, Viana do Castelo, Pedras Salgadas e Vila Pouca de Aguiar organizaram-se protestos contra o fecho de agências.
O encerramento de balcões foi uma das condições impostas por Bruxelas para aprovar a recapitalização. O plano estratégico negociado com as autoridades europeias em 2016 prevê uma redução de cerca de 25% das agências até ao fim de 2020. “O número de agências bancárias em Portugal reduziu-se em 30% ou 1901, desde 2011, e em Espanha o recuo foi de 11 649, no mesmo período”, lembra a Caixa no mesmo comunicado. “Apesar da redução, Portugal continua a ser um dos países europeus com mais balcões per capita”, frisa. O banco assegura que o fecho de balcões não tem levado à perda de clientes. “Nas agências que encerrou recentemente, a Caixa manteve mais de 95% dos clientes, bem como os seus níveis de envolvimento”, sublinha.
O plano estratégico prevê que a Caixa chegue a 2020 com um máximo de 490 agências e 6650 trabalhadores. A venda de operações internacionais também está na calha, sendo a unidade francesa a que tem dado mais dores de cabeça a Paulo Macedo devido à forte contestação dos trabalhadores do banco que levaram a cabo uma greve para travar a alienação daquela sucursal.