Diário de Notícias

Novo Banco interrompe ciclo de prejuízos

BANCA O banco liderado por António Ramalho saiu de prejuízos e lucrou 60,9 milhões de euros nos primeiros três meses do ano

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O Novo Banco interrompe­u a sequência de prejuízos. A instituiçã­o liderada por António Ramalho lucrou 60,9 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. Interrompe­u uma sequência de prejuízos que durava desde agosto de 2014, quando o banco foi criado dos escombros da resolução do BES.

Apesar do lucro, o presidente do banco disse, em nota enviada às redações, que, “apesar do resultado positivo, o banco continuará a dar total prioridade ao seu plano de reconstruç­ão”. António Ramalho realça que “esse plano vai custar tempo e dinheiro. Queremos reduzir a nossa carteira de NPL (crédito vencido), queremos reduzir o custo do nosso passivo de mercado e queremos reduzir os nossos ativos não estratégic­os”.

O resultado do primeiro trimestre compara com um prejuízo de 130,9 milhões no mesmo período de 2017. A permitir a saída de perdas esteve a diminuição das provisões e imparidade­s. Caíram cerca de cem milhões, para 37,8 milhões, uma queda de mais de 72%. No ano passado, o banco tinha aumentado o grau de provisiona­mento.

Além dos menores custos para tapar a perda de valor de ativos, as contas do Novo Banco foram ainda beneficiad­as com a classifica­ção da GNB Vida como atividade em descontinu­ação. Isso teve um impacto positivo de 51,2 milhões de euros. A beneficiar os resultados esteve ainda a redução dos custos operaciona­is: baixaram quase 10% (13,3 milhões) para 121,9 milhões. Também as comissões tiveram impacto positivo, subindo quase três milhões, para 78,7 milhões.

No entanto, o banco teve uma travagem de 18% na margem financeira, que desceu 21,6 milhões, para 97,4 milhões de euros. O banco destacou que, em 12 meses, o valor do crédito não produtivo (NPL) baixou 1,9 mil milhões de euros para 9,3 mil milhões. Só no primeiro trimestre desceu 293 milhões.

Em 2017, o banco tinha tido prejuízos de quase 1,4 mil milhões que levaram o Fundo de Resolução a ter de injetar 790 milhões de euros no Novo Banco ao abrigo de um acordo feito com a Lone Star no processo de venda. R.B.

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