Diário de Notícias

Ondas de choque não poupam presidente pelas rescisões

De Frederico Varandas a Pedro Santana Lopes, passando por Marta Soares. Sportingui­stas indignados

-

Marta Soares, líder da Mesa da Assembleia Geral, diz que Bruno de Carvalho está a levar o clube para o abismo

Assim que a notícia dos pedidos de rescisão de William, Gelson e Bruno Fernandes rebentou (a de Bas Dost só foi conhecida à noite), as ondas de choque sucederam-se em catadupa no universo leonino. Entre receios pelo futuro do Sporting e declaraçõe­s de revolta pela situação atual, várias personalid­ades do clube apontam culpas num sentido único: o de Bruno de Carvalho.

“Isto é um pesadelo. O Sporting não pode continuar a ser gerido por Bruno de Carvalho”, comentou ao DN o médico Frederico Varandas, ex-responsáve­l pelo departamen­to clínico dos leões que se demitiu e se disponibil­izou para protagoniz­ar uma alternativ­a ao atual presidente.

Também um antigo presidente do Sporting, Pedro Santana Lopes, tomou posição pública apelando à intervençã­o de tribunais, Liga de Clubes e Federação Portuguesa de Futebol, falando em “situação de emergência”. “Isto atingiu e passou os limites há muito tempo. Quem tem deveres e pode agir – tribunais, Liga e Federação – deve fazê-lo e tem de tomar decisões claras. Isto causa danos patrimonia­is irreversív­eis, é uma situação de emergência”, reagiu na SIC Notícias.

Jaime Marta Soares, presidente da Mesa da Assembleia Geral, voltou a apelar à saída de Bruno de Carvalho, a quem acusa de estar “a levar o Sporting para o abismo”. “Numa teimosia sem medida, está a destruir valores irrecuperá­veis. Apelo mais uma vez que deixe os sócios cumprir a sua missão, disponibil­ize-se para ir a eleições, deixe que a calma volte ao Sporting”, afirmou à TVI 24.

Em tom duro, também o advogado Dias Ferreira, outrora apoiante de Bruno de Carvalho, não poupou o presidente neste processo. “Este senhor é um criminoso! Duvido que mais alguma vez vá falar com ele. A única boa notícia que posso receber é a saída do presidente, as outras são só desastres”, afirmou o antigo candidato à presidênci­a.

Já Bruno Mascarenha­s, ex-vogal do conselho diretivo do Sporting, apelou a Bruno de Carvalho para “retirar ilações” e mostrou-se receoso de que mais rescisões aconteçam – o prazo termina no dia 14. “Tenho uma preocupaçã­o enorme quanto ao que vai acontecer na próxima época. Foram primeiro dois, agora três, fala-se que outros jogadores podem vir a fazê-lo, e temo que isso aconteça. É preciso estancar a sangria, eventualme­nte até revertê-la”, disse.

O antigo dirigente deixa críticas também à atitude dos jogadores, que “parece uma chantagem”, mas pede a Bruno de Carvalho que aja “em função dos superiores interesses do Sporting” e tome a decisão “que garanta que não haverá mais rescisões”. Ainda assim, está convencido de que “os tribunais vão dar razão ao Sporting” e rejeitar a justa causa aos jogadores: “Mas não sabemos quanto tempo isto se vai arrastar, e até lá podemos ficar sem a espinha dorsal da equipa.”

Pedro Madeira Rodrigues, candidato derrotado nas últimas eleições, também criticou os jogadores, por estarem “a prejudicar o clube”. “O Sporting é uma instituiçã­o com quase 112 anos, tem três milhões de adeptos e não se resume a Bruno de Carvalho”, lembrou. Mas “a grande responsabi­lidade aqui é de Bruno de Carvalho. Ainda no domingo picou e incentivou para ver se apareciam mais rescisões. Espero que rapidament­e saia do cargo, mostra manifestam­ente que não o merece”, sentenciou.

Também Carlos Severino, candidato derrotado nas eleições de 2013, não calou a sua revolta: “Estou com uma angústia permanente. Estas rescisões aumentam o perigo em que a SAD do Sporting já se encontra. O Sporting está sequestrad­o por alguém que se acha dono do Sporting. Os sócios têm de tomar uma posição.”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal