Rússia entre desconfiança e expectativas
Rússia e Arábia Saudita dão o pontapé de saída da 21.ª edição do Mundial de futebol no Estádio Luzhniki, em Moscovo
MIGUEL HENRIQUES Após quatro anos de espera está hoje de volta o espetáculo dos espetáculos, aquele que faz o mundo girar mais devagar durante um mês, aquele que acelera as pulsações de milhões dentro e fora do relvado: está de volta o Mundial.
O palco para o início da prova que une as melhores 32 seleções do mundo é o Estádio Luzhniki, em Moscovo, onde se vão defrontar a anfitriã Rússia e a Arábia Saudita (16.00, RTP1). Esta arena, com catransformar pacidade para 80 mil espectadores, foi construída em 1956 e por ali já passou uma edição dos Jogos Olímpicos, campeonatos do mundo de râguebi, hóquei no gelo, atletismo, e mais de três mil jogos de futebol, incluindo a final da Liga dos Campeões ganha pelo Manchester United de Ronaldo em 2008.
Mas meia hora antes de a bola rolar, as vozes do britânico Robbie Williams e da soprano russa Aida Garifullina irão embalar os presentes na cerimónia de abertura, acompanhados por cerca de 500 ginastas e dançarinos numa enorme
A seleção russa treinou-se ontem no Estádio Luzhniki homenagem à história russa. Finda a festa, é tempo de Rússia e Arábia Saudita entrarem no relvado para o tão esperado rolar de bola neste Mundial. A equipa da casa anda há mais de um ano de ensaio em ensaio, sem partidas oficiais desde a Taça das Confederações, a preparar este dia, embora Cherchesov, o encenador deste conjunto, seja olhado com desconfiança pelo facto de a sua equipa não vencer há sete jogos. Nada que lhe tire o sono: “Qualquer treinador tem de ter capacidade para aceitar as críticas. O nosso objetivo é as críticas em elogios.” O selecionador apoia-se no recente empate com a Turquia para justificar que está tudo pronto para a estreia: “O nosso estado anímico é muito bom. Atingimos um nível diferente nos últimos jogos, especialmente com a Turquia, onde mostrámos um pouco do estilo de jogo que queremos apresentar.”
Do outro lado do campo estará uma Arábia Saudita, que se encontrou com a chegada do treinador Juan António Pizzi em novembro de 2017, depois de uma experiência falhada de dois meses com o argentino Bauza. O selecionador tem consciência de que os últimos três jogos particulares acabaram em derrotas (Peru, Itália e Alemanha), mas isso não lhe tira a confiança de entrar a ganhar na quinta participação dos sauditas em mundiais: “Estou muito ansioso por jogar esta partida inaugural. São poucas as oportunidades para um treinador poder viver um evento como este. A nossa forma de jogar passa por ter a bola do nosso lado, ter o protagonismo do jogo e vamos pôr isso em prática.”
Este será o primeiro de 64 jogos de uma competição que durante 32 dias irá fazer a Rússia e o mundo girar mais devagar.