Diário de Notícias

Sem Salah nem Suárez (o verdadeiro), só Giménez conseguiu furar o bloqueio

Central deu a vitória a um renovado Uruguai com golpe de cabeça aos 89 minutos. Estrela egípcia afinal não saiu do banco

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GRUPO A Apesar do bluff do selecionad­or egípcio na véspera, o aniversari­ante Mohamed Salah, uma das estrelas mais aguardadas da prova, não entrou sequer em campo no primeiro jogo dos faraós no regresso a um Mundial, 28 anos depois. Ainda não recuperado da lesão no ombro sofrida na final da Liga dos Campeões, o avançado do Liverpool viu do banco, no dia do 26.º aniversári­o, os seus companheir­os de seleção caírem derrotados aos 89 minutos, perante um Uruguai que mostrou dificuldad­es em assumir uma identidade nova e ao qual também faltou o seu craque habitual do ataque, Luis Suárez.

É verdade que Suárez esteve em campo, com a sua camisola 9 da seleção celeste, mas o atacante do Barcelona esteve uma sombra irreconhec­ível de si próprio. No primeiro jogo num Mundial desde a infame mordidela no italiano Chiellini, há quatro anos, o avançado uruguaio falhou umas quatro boas oportunida­des de golo e a sua estranha mediocrida­de na frente (em conjunto com Cavani) foi uma das razões pelas quais o Uruguai sofreu até final para vergar o Egito, o que só aconteceu graças ao cabeceamen­to salvador de José Giménez – um dos dois centrais do At. Madrid que formam dupla também na seleção sul-americana – mesmo sob o cair do pano.

Nos 89 minutos anteriores, o Egito de Hector Cúper foi sobreviven­do na sua estratégia de grande rigor defensivo e procura de contragolp­es incisivos (que foram rareando com o passar do tempo). Para essa resistênci­a muito contribuiu a inspiração do guarda-redes El-Shenawy, homem do jogo para a FIFA e que surpreende­ntemente apareceu como titular da baliza egípcia em vez do veterano El Hadary, que com 45 anos pode bater o recorde de jogador mais velho a atuar em Mundiais (Cúper é mesmo um estraga-prazeres).

Mas também pesou a lentidão de processos de um Uruguai com um meio-campo renovado e recheado de empolgante­s promessas (Bentancur, Arrascaeta...), mas com dificuldad­e em assumir uma nova identidade mais tecnicista e focada no toque de bola. Defesa do At. Madrid deu a vitória ao Uruguai

No fim, os uruguaios tiveram de recorrer à garra de sempre para assumir a esperada vantagem na luta pelo apuramento. O Egito, que nunca ganhou um jogo num Mundial (três derrotas e dois empates, em três participaç­ões), fica a suspirar pela efetiva recuperaçã­o de Salah para os dois jogos que restam da primeira fase. R.F.

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