Islândia quer criar uma dor de dentes à Argentina
Nórdicos querem continuar a fazer história no futebol. Equipa de Messi à procura de provar o estatuto de candidata ao título
MIGUEL HENRIQUES A experiência e a irreverência têm encontro marcado hoje, a partir das 14.00, no Estádio Spartak, em Moscovo, para fazer as honras do Grupo D. A Argentina entra em campo para a sua 17.ª participação na prova, envergando duas estrelas ao peito, símbolo das vitórias mundiais alcançadas em 1978 e 1986, enquanto a Islândia entrará para escrever o primeiro capítulo da sua história em Mundiais, depois de já ter sido a surta presa no Europeu em França em 2016.
Se da Argentina quase tudo se sabe, não é de estranhar a curiosidade existente em torno do pequeno país dos vikings. O selecionador Heimir Hallgrimmson sabe disso e, a pensar nos jornalistas e no seu aborrecimento, decidiu matar algumas das perguntas habituais a que já está cansado de responder. “Fazem-nos sempre as mesmas questões e quero por isso poupar-vos tempo. Todos os jogadores estão em condições, e este é o maior jogo da história da Islândia. Ainda
Lionel Messi será hoje a estrela maior no jogo em Moscovo sou dentista e não vou deixar de o ser”, adiantou em tom bem-humorado.
Técnico a full-time e dentista nas horas vagas, Hallgrimmson sabe o trabalho que vai ter na consulta das 14.00 horas, principalmente com o endiabrado Messi: “É uma equipa cheia de grandes talentos, jogadores que atuam nas melhores ligas dos Mundo. Quanto a Messi, eu não tenho nenhuma fórmula mágica, já se tentou de tudo. Agora, o que fizermos iremos fazê-lo juntos, como equipa.”
A Argentina parte para esta competição com o estatuto de candida- ao título, não só pelo trajeto de há quatro anos que culminou com uma final perdida diante da Alemanha no Estádio Maracanã, por 1-0, mas também por ter como porta-estandarte Lionel Messi, coadjuvado por uma constelação de estrelas.
E claro que o astro argentino, mesmo não estando presente na conferência de imprensa, foi como se estivesse estado devido ao elevado número de perguntas sobre ele. Primeiro houve um jornalista do Bangladesh a querer saber porque é que Messi nunca vinha às conferências de imprensa, pergunta à qual Sampaoli respondeu “não poder inventar uma resposta” sobre algo que não lhe diz respeito. Depois vieram os diagnósticos, com o técnico a referir que o jogador do Barcelona está “bem, muito esperançado neste Mundial”, e pronto para contornar a pressão de que sempre é alvo.
Quanto ao jogo, Sampaoli fala de uma “Argentina decidida” para provar que “continua a ser uma potência” mundial, mesmo sabendo que terá pela frente uma equipa “com muita gente na defesa”.
No outro encontro do Grupo D, a Croácia defronta a Nigéria a partir das 20.00. Da última vez que os sérvios defrontaram uma equipa africana, golearam os Camarões por 4-0.