“O país continua vulnerável e as pessoas muito expostas ao fogo”
Especialista que está a desenhar sistema de proteção diz que as pessoas têm de ser treinadas na reação a incêndios. E reconhece que não é possível apagar fragilidades neste ano.
“A redução das emissões é provavelmente o maior desafio que a humanidade enfrenta, mas vale a pena lutar por ele”
Os desafios da mobilidade urbana para as pessoas, cidades e empresas vão estar em foco na Lisbon Mobi Summit, em setembro. A conferência internacional traz a Lisboa especialistas de renome mundial e permite antecipar o futuro próximo nesta matéria
O tema da mobilidade “já não é do futuro, é do presente”, porque “se não conseguirmos maior velocidade na descarbonização estamos a perder a guerra das alterações climáticas”, disse o vereador da mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa. Miguel Gaspar falava ontem na conferência de imprensa que lançou, na Central Tejo, o programa da Lisbon Mobi Summit, a realizar entre 13 e 16 de setembro.
A iniciativa do Global Media Group e da EDP, com a parceria da Volkswagen,V ia Verde eEfacec,v ai discutir os desafios da mobilidade elétrica e partilhada, bem como as redes inteligentes de gestão de tráfego nas cidades e as novas tecnologias ao serviço dos cidadãos para melhorar a acessibilidade aos meios de transporte e sua descarbonização.
O evento vai trazer a Lisboa alguns dos maiores nomes desta área, tais como Martin Hofmann, do Grupo Volkswagen, Andrew McKellar, da FIA, Maxim Romain, da OFO, Bjoern Hannapel, da DHL GoGreen Solutions, Rui Bento, da Uber Iberia ou Paulo Humanes, do PTV Group, anunciou o CEO do Global Media Group, Victor Ribeiro.
Especialistas que, cada um na sua área, trabalham para o cumprimento das metas do Acordo de Paris. No caso de Portugal, estas apontam para uma redução de 26% nas emissões dos transportes. O governo assumiu, entretanto, o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em 2050. “São metas muito exigentes que não conseguiremos atingir, se não mudarmos o nosso modo de vida de forma disruptiva”, alertou Miguel Gaspar. A autarquia de Lisboa está a dar o exemplo, nomeadamente, com a renovação da frota da Carris para 250 autocarros elétricos, disse.
Em plena mudança está já o Grupo Volkswagen, que pretende vender mais de um milhão de viaturas elétricas por ano, a partir de 2025 – contra as cem mil atuais – e alcançar a liderança enquanto maior construtor na área da mobilidade elétrica, revelou o seu diretor de marketing estratégico, Ricardo Tomaz.
“As metas para a redução de emissões são demasiado drásticas, pelo que a indústria automóvel só pode caminhar para a eletrificação”, acrescentou. Outra tendência já em curso é “passar do conceito de ‘automóvel-produto’, muito centrado na marca, para o automóvel-serviço”, de que é exemplo a marca Moia, do Grupo VW, um serviço de mobilidade partilhada, assente num veículo de sete lugares e gerido por uma app para telemóvel, explicou o responsável.
Incontornável na matéria, a elétrica portuguesa tem um papel decisivo na infraestrutura. “A mobilidade elétrica é um eixo estratégico do Grupo EDP, que assumiu o compromisso de eletrificar a cem por cento a sua frota ligeira de viaturas até 2030 e o desenvolvimento de novas ofertas comerciais que promovam a transição energética”, referiu António Coutinho, administrador da EDP Comercial.
Aquele responsável considerou que a redução das emissões é provavelmente o maior desafio que a humanidade enfrenta. “É um desafio muito grande, mas vale a pena lutar por ele.” E, nesse sentido, defendeu que Portugal tem de aumentara elet ri ficaçã o–até porqueéaenergi amais barata–e a utilização de energias renováveis de forma a reduzir a dependência energética do exterior.
Também a Via Verde já integra cinco serviços diferentes no seu ecossistema de serviços de mobilidade urbana, prometendo ser um operador central da nova mobilidade, com destaque para o carsharing e as aplicações para estacionamento, indicou Pedro Mourisca, administrador delegado da Via Verde.
Para além do serviço de carsharing Drive Now, a empresa desenvolveu o serviço Via Verde Boleias, para quem não tem ou não quer usar o carro, e ainda aplicações para estacionamento em parques abertos. “Já temos 150 parques com esta modalidade disponível, 90 dos quais em Lisboa”, revelou Pedro Mourisca.
O CEO da Efacec, Ângelo Ramalho, lembrou que a empresa é pioneira na área da mobilidade elétrica e líder mundial na produção de carregadores rápidos e ultrarrápidos para veículos elétricos, com projetos ambiciosos em curso em várias partes do mundo, como, por exemplo, o Electrify America, nos Estados Unidos, que envolve dois mil milhões de euros.
A Lisbon Mobi Summit pode mostrar ao mundo o que a indústria portuguesa está a fazer de inovador em matéria de mobilidade, resumiu Pedro Mourisca.