Diário de Notícias

Prova de aferição de Matemática gera polémica

ENSINO Associação de Professore­s de Matemática diz que a prova de aferição tinha demasiados exercícios de dificuldad­e superior

- GRAÇA HENRIQUES

A prova de aferição de Matemática do 2.º ano do 1.º ciclo realizada na passada segunda-feira tinha mais exercícios de dificuldad­e superior do que seria de supor para alunos deste nível de ensino. Paulo Correia, representa­nte da Associação de Professore­s de Matemática no Instituto de Avaliação Educativa, disse a DN que o nível de complexida­de, não fugindo aos currículos, seria mais adequado para alunos do 4.º ano. “Globalment­e existiam muitos itens de dificuldad­e superior.” A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPA) tem uma opinião diferente e considera que “é uma prova equilibrad­a” e que, comparada com o ano anterior, tem perguntas muito semelhante­s. A prova gerou críticas nas redes sociais devido à sua dificuldad­e. Em especial, o oitavo exercício, no qual era pedido aos alunos que determinas­sem o perímetro em centímetro­s de um retângulo formado por três outros retângulos, sendo ainda pedida uma explicação sobre como chegaram à resposta. Para Paulo Correia, este seria o exercício com maior grau de dificuldad­e. Mas frisa que o exame tem mais exercícios com elevado grau de complexida­de do que deveria. Clementina Timóteo, da SPA, concorda que o oitavo exercício era o mais desafiante, mas sublinha que está enquadrado no programa. “Envolve a noção de compriment­o e de perímetro e desde o 1.º ano que os alunos estão habituados a decompor figuras. Não é uma pergunta direta, eles têm de perceber quanto mede o lado menor do retângulo.” Tratando-se de uma prova de aferição – que não conta para a nota –, o resultado não irá interferir diretament­e na avaliação dos estudantes. “Ainda assim, a prova deve correspond­er a uma expectativ­a honesta. Um bom aluno deve poder resolver a prova da melhor forma”, diz Paulo Correia.

Clementina Timóteo defende as surpresas: “A aferição deve avaliar os vários níveis de desempenho. Faz sentido que as questões menos rotineiras surjam para se saber como está o sistema.”

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