ALCANÇAR EUSÉBIO O PRÓXIMO OBJETIVO DE RONALDO
CR7 está a três golos dos nove de Eusébio em Mundiais. Basta repetir hoje (13.00) com Marrocos o que fez à Espanha
Fernando Santos “Não há pozinho mágico. Portugal tem capacidades para fazer melhor.” Hassan Nader “Cristiano é do outro mundo. É o único que faz ganhar uma equipa.” Rui Pedro Tendinha O cinema com futebol é um papão. Joana Marques Mexidas no onze. Rui Miguel Tovar Queiroz e os outros oito magníficos portugueses. Rogério Casanova Keep calm and Schadenfreude. Santiago Segurola O VAR rouba protagonismo a Ronaldo.
Olhar para os recordes da seleção nacional é, cada vez mais, ler o nome de Cristiano Ronaldo. É assim no que diz respeito a internacionalizações (151), golos (84), jogos em Mundiais (14), jogos em Europeus (21), golos em Europeus (9) e hat tricks (6), mas ainda lhe escapa o de melhor marcador nacional em Campeonatos do Mundo.
O avançado de 33 anos soma meia dúzia de remates certeiros em Mundiais, metade obtida de uma assentada na recente partida diante da Espanha, a outra distribuída por três Campeonatos do Mundo – Irão (2006), Coreia do Norte (2010) e Gana (2014), todos marcados em fases de grupos.
À sua frente, CR7 tem apenas Eusébio, que em 1966 se encontrou com o fundo das redes contrárias por nove vezes, estabelecendo um recorde que desde então perdura. No único Mundial que disputou, o Pantera Negra faturou frente a Bulgária e Brasil (dois) na fase de grupos, Coreia do Norte (quatro) nos quartos-de-final, Inglaterra nas meias-finais e União Soviética no jogo de atribuição dos terceiro e quarto lugares.
Após o hat trick a Espanha que lhe permitiu igualar o hispano-húngaro Ferenc Puskás no topo da lista de melhores marcadores europeus por seleções, com 84 golos, Cristiano Ronaldo parece embalado não só para ultrapassar o antigo craque do Real Madrid como para alcançar Eusébio a breve prazo no número de golos por Portugal em Campeonatos do Mundo. Se voltar a repetir o hat trick apontado à Espanha, iguala já essa marca diante de Marrocos e fica com o caminho aberto para ultrapassar a antiga glória da seleção e do Benfica como o melhor marcador português numa fase final de um Mundial.
Mais distantes estão os recordes de melhor marcador de sempre em Mundiais, que pertence ao alemão Miroslav Klose (16 golos); o de artilheiro-mor por seleções, na posse do iraniano Ali Daei (109); e o de mais internacional de sempre pelo seu país, que o egípcio Ahmed Hassan ostenta (184) – o guarda-redes italiano Gianluigi Buffon é o recordista europeu (176). Dupla mortífera pode voltar A exibição menos conseguida de Gonçalo Guedes diante da Espanha, as características do adversário e a política de rotatividade promovida por Fernando Santos em fases finais pode ditar hoje o regresso à titularidade de André Silva.
O avançado do AC Milan soma 12 golos em 24 internacionalizações e tem feito uma dupla mortíLetónia fera com Cristiano Ronaldo na seleção. Nos 16 jogos em que atuaram juntos (no onze e não só), os dois marcaram 31 golos, 21 do veterano e dez do aprendiz. Nessas 16 partidas, apenas em três os dois ficaram em branco – México e Chile na Taça das Confederações 2017 e Holanda num particular em março –, tendo faturado ambos em seis ocasiões – Andorra em casa e fora, Hungria, ilhas Faroé e durante a qualificação para o Mundial 2018 e frente à Nova Zelândia na Taça das Confederações. No referido desafio diante das ilhas Faroé, a 10 de outubro de 2016, o antigo ponta-de-lança do FC Porto tornou-se o mais jovem futebolista da seleção nacional a marcar um hat trick: 20 anos, 11 meses e 4 dias.
André Silva e Cristiano Ronaldo coincidiram no onze inicial por 11 vezes, e aí mostraram que podem formar uma parceria de sucesso, apontando 26 dos 37 golos obtidos pela seleção.
A dupla portuguesa contará esta tarde com a oposição de algumas caras conhecidas no setor mais recuado de Marrocos. O avançado do Real Madrid é companheiro de equipa do lateral Achraf Hakimi e antigo colega de seleção do central Manuel da Costa. Já nesta época defrontou o central da Juventus Mehdi Benatia, jogador que André Silva conhece bem do campeonato italiano. Já o guarda-redes Munir Mohamedi, que atua no Numancia, tem feito toda a carreira em Espanha, mas vai ser preciso ir à Rússia para ter a oportunidade de, pela primeira vez, jogar contra o melhor do mundo. Moutinho deverá igualar Nani João Moutinho fez a estreia pela seleção nacional diante de uma seleção africana, o Egito, a 17 de agosto de 2005. Quase 13 anos depois, poderá igualar Nani no terceiro lugar do ranking de jogadores com mais internacionalizações por Portugal, com 112 encontros, diante de outro conjunto do continente africano – Marrocos. Depois de ter ultrapassado Fernando Couto diante da Espanha, o médio do Mónaco ficará só a ter Luís Figo (127) e Cristiano Ronaldo (151) à sua frente.
O centrocampista algarvio de 31 anos, a marcar presença no seu segundo Campeonato do Mundo, deverá voltar repetir a titularidade no meio-campo, ao lado de William Carvalho. A fazer-lhes companhia, poderá estar João Mário e não Bruno Fernandes.