Diário de Notícias

“Não há pozinho mágico.” Santos quer mais do que com a Espanha

O selecionad­or insiste que é preciso melhorar os níveis de jogo exibidos na partida de estreia para ganhar a Marrocos. Mudanças no onze ficam em segredo até perto da hora do desafio

- ISAURA ALMEIDA

Ronaldo brilhou no primeiro jogo com três golos à Espanha (3-3) e o mundo não falou de outra coisa. Mas agora já chega, há outro jogo para jogar e desta vez é preciso ganhar, alertou ontem Fernando Santos, na antevisão do encontro de hoje com Marrocos: “Não basta ser competente, temos de jogar ao nosso melhor nível como jogámos no Euro 2016. Temos de estar ao melhor nível e, se estivermos, acredito que vamos vencer.”

Mas não foi fácil fugir ao assunto Cristiano Ronaldo. E depois de uma, duas e três fintas com recurso à boa disposição e à ironia, o selecionad­or português foi questionad­o sobre a importânci­a de CR7 na seleção, comparado com Messi na Argentina, e revelou mesmo alguma impaciênci­a para se repetir nos elogios: “O importante é o Cristiano. Eu estou aqui para falar do jogo com Marrocos. Espero que Ronaldo esteja ao nível que nos habituou, ele e a equipa, e que possamos levar de vencida uma equipa muito forte como a de Marrocos.” A chamada de atenção, ainda que ao de leve, do selecionad­or nacional foi um sinal de que é preciso mostrar que Portugal não é só Ronaldo, mas as perguntas sobre o capitão foram-se sucedendo... “Parece que estamos num jogo de ténis, num jogo individual. Estamos a competir no Mundial e há que respeitar isso. Temos de respeitar muito a equipa de Marrocos, que é uma excelente seleção e é a que vamos defrontar. Temos de estar totalmente focados porque esse é o nosso objetivo. Temos de ganhar”, avisou o selecionad­or, lembrando que um dos segredos da conquista do Euro 2016 “foi o respeito por todos os adversário­s”, além da “capacidade de sofrimento” e da “qualidade da equipa”.

Quanto ao jogo do Mundial 86 (derrota por 3-1), o único duelo com Marrocos até hoje, o selecionad­or disse que é história e que não conta para este totobola russo: “A maioria dos meus jogadores nem eram nascidos em 1986. É difícil falar de uma coisa que não viram e não conhecem, só ouviram falar. Além disso, o nosso compromiss­o não é com o Mundial de 86, é com esta seleção e este Mundial.” Trocas e baldrocas Depois de ter dado nota 6 (de zero a 10) à equipa no primeiro jogo frente a Espanha (3-3), Santos deverá mudar algumas peças para melhorar o rendimento frente aos marroquino­s. Numa altura em que se fala da troca de Gonçalo Guedes por André Silva no ataque, de Bruno Fernandes por João Mário no meio-campo e de Cédric Soares por Ricardo Pereira na defesa, o selecionad­or nem uma pista deu. “Já vi as vossas previsões. Amanhã [hoje] digo quem vai jogar”, atirou, secamente, antes de voltar a manifestar insatisfaç­ão com o nível de jogo português na estreia.

E está tudo no ponto para Marrocos? “Não sei se está tudo no ponto. Mas trabalhámo­s para continuar a fazer o que fizemos bem e melhorar o que não fizemos tão bem. Não há nenhum pozinho mágico, mas trabalhámo­s para isso e temos capacidade para fazer melhor do que fizemos com Espanha.”

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