Vitória sofrida com Ronaldo como bandeira
Minutos decisivos: minuto 4, golo de Ronaldo; minuto 56, Rui Patrício com uma defesa enorme a remate de Belhanda. Mais jogo de Marrocos, maior envolvência e capacidade na zona de decisão. Amrabat, melhor jogador marroquino, bem precisava de outro tipo de referências na área adversária. Portugal foi Cristiano Ronaldo, o homem que fez a diferença numa equipa com muitas deficiências na articulação de jogadores, de setores e de linhas, permitindo espaços, duelos diretos, perdendo o meio-campo, sendo obrigada a um bloco baixo com todos os riscos daí resultantes sem que fosse capaz de sair em transição provocando contra-ataques com perigo. Não os vimos. A segunda parte foi de Marrocos e Patrício, como dissemos, foi figura muito importante ao minuto 56. Portugal terá de rever este jogo com atenção e proceder à retificação do posicionamento defensivo e no meio-campo. Bernardo Silva não se mostrou; Gonçalo Guedes (com nova colocação junto a Ronaldo) voltou a passe do capitão a não vencer cara a cara o guarda-redes adversário; William macio; João Mário com uma primeira parte prometedora saiu num momento de perda de fôlego; João Moutinho, esgotado, foi substituído, tendo sido o melhor do meio-campo – a ele se deve alguma solidez que teve. Índice físico de Portugal deixa a desejar face ao jogo desenvolvido: Marrocos foi mais forte nesse aspeto.Trata-se de um défice preocupante. Do jogo vale o resultado, três pontos, quatro no grupo, tudo a caminho para a fase seguinte, mas há que rever processos. Portugal é uma equipa resultadista, o que é uma virtude, mas tem de haver matéria substantiva. Ronaldo foi determinante: marcou, criou perigo, assistiu, controlou, coordenou. Uma bandeira que se percebe decisiva.