Diário de Notícias

Sofrimento até ao último minuto

- JOSÉ ROMÃO TREINADOR José Romão foi duas vezes campeão em Marrocos ao serviço do WAC e do Raja Casablanca.

Antes deste jogo, algumas dúvidas se levantavam. Portugal vinha de um empate motivador, mas que nos deixou com um sabor agridoce. Apresentou uma boa organizaçã­o defensiva, mas faltou explosão em termos ofensivos. Será que nesta partida iria apresentar um jogo mais equilibrad­o? Já Marrocos, apesar do bom jogo com o Irão, viveu uma grande deceção e um pós-jogo difícil. Iria libertar-se destes fantasmas?

A seleção africana conseguiu fazê-lo, mas só após o golo sofrido, ao passo que Portugal, do qual se esperaria que controlass­e o jogo, não o soube fazer após o golo.

Portugal venceu mas com muito sofrimento. É verdade que soube sofrer – aliás esta é a imagem de marca que a seleção apresentou no Europeu e parece ter transporta­do para este Mundial.

Hervé Renard fez algumas correções no onze que lhe deram maior consistênc­ia e a segunda parte de Marrocos é de facto de alto nível. O domínio foi sufocante mas Portugal, com a sua maturidade e experiênci­a, aproveitou todos os momentos para respirar. E, com uma vontade que os campeões transporta­m, continuou a sofrer e a sofrer até à vitória.

Houve três momentos importante­s no jogo: o golo de Ronaldo aos quatro minutos, a extraordin­ária defesa de Rui Patrício aos 57’ e o remate de Ziyech contra a cabeça de Pepe no último instante da partida.

Uma última nota para Ronaldo. Dizemos todos que nenhum jogador é melhor do que todos juntos, mas Cristiano parece ser a exceção. É verdade que não há jogo sem equipa, mas também não é menos verdade que não há equipa sem jogadores. Os atletas extraordin­ários surpreende­m sempre, e Cristiano voltou a surpreende­r.

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