O famigerado laboratório de de Sochi é agora um
No mesmo edifício onde está agora um bar frequentado por adeptos que seguem o Mundial, funcionou durante uma década o local onde eram adulteradas análises antidoping que mancharam para sempre o nome da Rússia
ANDREW KEH e REBECCA R. RUIZ como hambúrgueres com queijo, servidos com um par de luvas pretas de látex (uma recente tendência russa) fornecidas para proteger os clientes dos sucos da carne de vaca.
O cocktail à base de absinto foi batizado Meldonium, que é o nome da substância proibida que levou à suspensão de Maria Sharapova do ténis.
Rodchenkov, há quatro anos, formulou orgulhosamente um cocktail conhecido como a Duquesa, uma combinação de três esteroides anabolizantes misturados com whisky Chivas Regal para homens e com vermute Martini para mulheres. “Irónico”, comentou Richard Pound, presidente fundador da Agência Mundial Antidoping, que liderou uma investigação inicial sobre o doping russo. Pound disse que acha que o escândalo lançou uma sombra sobre o Campeonato do Mundo, apesar de “provavelmente não ser tão grande ou tão negra como deveria ser”.
O restaurante pode brincar com a história do prédio, mas as autoridades desportivas russas não veem o escândalo com tanto humor, ele valeu ao país uma multa de 15 milhões de dólares no início deste ano. A equipa de atletismo da Rússia permanece impedida de competir globalmente, e as operações
do país perderam a certificação dos reguladores internacionais.
Num momento em que a Rússia está a tentar voltar à comunidade desportiva internacional, algumas trevas permanecem. “Eu acho que ainda há uma sombra”, disse Fernando Camacho, adepto do México de 24 anos, de visita a Sochi vindo de Chester, Nova Jersey. Camacho disse que o facto de ser recordado do escândalo em curso teve um “efeito de arrefecimento” na alegria das celebrações.
As bebidas no restaurante, a julgar pelos gritos e comemorações entusiasmadas que se seguiram ao apito final na noite de terça-feira, tiveram o efeito oposto.