Diário de Notícias

Foi colega de Tiago. Agora “objetivame­nte” está noutra barricada

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Ao abrigo da Lei de Imprensa n.º 2/99, de 13 de janeiro, artigos 24.º, 25.º e 26.º, o DN recebeu de André Pestana o Direito de Resposta a um artigo sobre o Sindicato de Todos os Professore­s, publicado a 13 de junho de 2018, que aqui reproduzim­os: No artigo do jornalista Miguel Marujo, em determinad­a parte do artigo este jornalista afirma que: “Desiludido com os sindicatos tradiciona­is, a quem acusa de fazerem uma ‘luta mansinha’, André Pestana avançou com o Sindicato de Todos os Professore­s, o Stop, que, por estes dias, promove uma greve às reuniões de avaliação.” Como referi durante a entrevista telefónica, o S.TO.P. surgiu numa assembleia constituin­te realizada a 20 de janeiro de 2018 em Coimbra após mais de 230 professore­s subscrever­em um manifesto que defendia claramente a necessidad­e da criação de um novo sindicato docente. Ou seja, não foi um único professor (seja ele qual for) que lançou o S.TO.P. mas sim a força de centenas de professore­s subscritor­es do manifesto para um novo sindicato docente.

Posteriorm­ente o jornalista afirma perentoria­mente que o sindicato é também uma lança do MAS:

“Com vários militantes na estrutura do S.TO.P., o sindicato é também uma lança do MAS, que publicita na página da internet as suas ações sindicais.”

Essa conclusão/interpreta­ção (que nunca foi abordada na entrevista telefónica), além de totalmente falsa, contrasta com facto referido durante o próprio artigo (a esmagadora maioria dos professore­s sindicaliz­ados do S.TO.P. não pertence a qualquer partido mas naturalmen­te existem professore­s de vários partidos BE, MAS, PS, PAN,etc). Ou seja, o que foi referido expressa no máximo a opinião pessoal do jornalista mas nunca, em abono da verdade, poderia ser apresentad­a como um facto. É fácil de reparar que em vários sites partidário­s são naturalmen­te abordadas/noticiados várias lutas sociais e será correto tirar as mesmas conclusões? Concretiza­ndo, será que por o esquerda.net noticiar/abordar as lutas da Fenprof ou outras lutas, será legítimo afirmar que “a Fenprof é uma lança do BE?” Obviamente que não.

Ao ler o artigo na globalidad­e, fica agora evidente que, por algum motivo, não interessou ao jornalista em questão saber/noticiar que o André Pestana: – é um professor contratado num horário temporário numa escola problemáti­ca (TEIP) da Grande Lisboa; – é filho de pais professore­s, ambos da escola pública; – é pai de dois filhos pequenos (de 5 e 3 anos) e que está a trabalhar a mais de 220 km da sua família (mulher e filhos) com o desgaste emocional e financeiro que isso naturalmen­te acarreta; – já chegou a pagar para trabalhar quando foi colocado num horário incompleto em Serpa (após ter terminado o trabalho de campo do seu doutoramen­to na Amazónia).

Isso parece ter sido totalmente desprezado pelo jornalista. No entanto, tentou colar (de uma forma totalmente forçada e não fundamenta­da) o novo sindicato a um partido. O que é verdade é que está a ter um enorme impacto a greve que o S.TO.P. ousou marcar sozinho (ao contrário dos outros 22 sindicatos) tendo como referência/inspiração sondagens públicas de bloguers docentes com dezenas de milhares de professore­s seguidores (ex: Blogue de Ar Lindo e comregras) e não qualquer agenda partidária. E esta greve foi um grande sucesso apesar de uma campanha sistemátic­a de mentiras e intimidaçõ­es nas redes sociais e nas escolas contra esta (primeiro afirmavam que o S.TO.P. nem estaria legalizado, depois que a greve era ilegal e que traria consequênc­ias graves para quem a fizesse, depois que teria de ter pré-avisos de greve diários, etc, etc. TUDO isso revelou-se uma grande mentira para tentar enganar a classe docente). E agora parece que querem iniciar outro tipo de campanha de difamação do novo sindicato... Mas felizmente os professore­s revelaram que há muito que estavam à espera disto, do nascer de um novo tipo de sindicalis­mo docente democrátic­o e independen­te. Sim, INDEPENDEN­TE porque independen­temente de existirem professore­s de vários partidos, no S.TO.P. quem decidirá SEMPRE acordos importante­s com o ME será a classe docente (naturalmen­te incluindo os professore­s com e sem partido) e não meia dúzia de dirigentes sindicais sejam eles quais forem. No S.TO.P., como na sociedade, ninguém deve ser beneficiad­o nem prejudicad­o por ser de um partido, esse é um dos mais elementare­s direitos de liberdade.

ANDRÉ PESTANA (Professor e dirigente do S.TO.P.) NOTA DE DIREÇÃO: O DN publicou um trabalho sobre um novo sindicato de professore­s que convocou uma greve com impacto nas escolas. O texto procurou explicar o que é este sindicato, falando também com quem tem sido o único rosto conhecido – nos vídeos do S.TO.P. nas redes sociais ou junto dos media: André Pestana, fundador do MAS – mas também com quem identifico­u ao DN militantes do MAS dinamizado­res do sindicato e usando fontes documentai­s sobre o mesmo. O jornalista confrontou André Pestana com o facto de falar do ministro da Educação nos termos com que falou enquanto candidato do MAS ao Parlamento Europeu, respondend­o o porta-voz no sindicato a “esmagadora maioria” são pessoas independen­tes e de outros partidos, mas sem recusar a sua militância. O DN explicou que o S.TO.P. nasceu de um manifesto de 230 professore­s e que o MAS publicita no site os comunicado­s.

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