Lisboa será Capital Verde Europeia 2020
Prémio. “É uma bandeira da sustentabilidade para a cidade”, festejou Fernando Medina
Quando o comissário europeu para o Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella, anunciou ontem que Lisboa vai ser a Capital Verde Europeia em 2020, foi grande a festa da comitiva portuguesa na cidade holandesa de Nijmegen, entre abraços e comoção.
A capital portuguesa impôs-se a Ghent (Bélgica) e Lahti (Finlândia), as outras cidades que tinham sido escolhidas para a decisão final nesta iniciativa dedicada a cidades com mais de cem mil habitantes. Vitória a que não terá sido alheio o mediatismo que a cidade tem recolhido ao longo dos últimos anos e que garante visibilidade a todas as iniciativas relacionadas com o ambiente que vier a colocar em prática em 2020. Esta foi a primeira vez que uma cidade do sul da Europa venceu o concurso a que Lisboa já se candidatara três vezes.
Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), subiu ao palco com a comitiva, em que se contava também José Sá Fernandes, vereador da Estrutura Verde e Energia, e um dos maiores entusiastas da candidatura, e agradeceu “a confiança dada a Lisboa com este prémio, que é a passagem da bandeira da sustentabilidade para Lisboa”.
“Sabemos bem quais são as nossas responsabilidades”, assegurou o autarca, que dirigiu um “especial agradecimento ao primeiro-ministro António Costa”, que, fez questão de mencionar, “foi meu antecessor na câmara e que iniciou este processo”.
Agora a autarquia tem de elaborar um plano de atividades (e o orçamento) relacionadas com o ambiente para implementar em 2020, projetos que terão de apresentar e discutir com as instâncias europeias. Esta escolha premeia o trabalho que a autarquia tem vindo a fazer em várias áreas, trabalho esse que foi explicado na quarta-feira ao júri por Fernando Medina. Desde a mobilidade, com a aposta nas motos e veículos elétricos partilhados, à utilização de bicicletas e à renovação da frota da Carris, passando pela política de espaços verdes, com 76% da população lisboeta a viver a 300 metros de uma zona verde.
Outros pontos que Medina defendeu perante o júri foram o futuro da Praça de Espanha – que terá um novo parque verde com uma bacia de retenção de água para controlo de cheias – e do vale de Alcântara, que, por sua vez, terá melhores acessibilidades e rega utilizando água reciclada na Estação de Tratamento de Águas Residuais. Também a despoluição do rio Tejo, após um investimento de 210 milhões de euros, mostrou o trabalho feito ao longo de dez anos no tratamento de águas residuais ao longo da bacia do rio.
O galardão que Lisboa conquistou existe desde 2008 e já foi ganho por Estocolmo, Hamburgo, Vitoria-Gasteiz, Nantes, Copenhaga, Bristol, Liubliana, Essen, Nijmegen e Oslo.