Privados são primeira opção entre os melhores
Alguns dos médicos com melhores notas no Harrison optam por privados e parcerias público-privadas para o internato
FORMAÇÃO O Serviço Nacional de Saúde (SNS) continua a ser responsável pela formação da maioria dos médicos internos em Portugal, mas os privados são cada vez mais uma opção para os primeiros médicos a escolher a especialidade, ou seja, para os que têm melhores notas na prova nacional de seriação (Harrison). Duas unidades hospitalares geridas pelo Grupo Luz Saúde – o Hospital da Luz Lisboa e o Hospital Beatriz Ângelo (parceria público-privada) –, foram primeiras escolhas dos licenciados em Medicina para a formação pós-graduada em cinco especialidades.
Também o hospital de Braga e o hospital de Cascais, ambos PPP, foram selecionados por alunos com classificações superiores a 90% no famoso exame Harrison para a realização do internato médico em 2019.
Nas especialidades de gastroenterologia, ginecologia/obstetrícia e ortopedia, o Hospital Beatriz Ângelo (HBA) foi primeira escolha por parte dos internos de Medicina. Tal como medicina interna e anestesiologia no Hospital da Luz. Para Rui Maio, diretor clínico do HBA e diretor clínico adjunto da Luz, existem várias razões para a escolha daquelas unidades, nomeadamente o facto de serem “hospitais novos, que trabalham de forma multidisciplinar, com equipas jovens”. Há um “trabalho sério, feito com respeito pelos protocolos, medicina baseada da evidência”.
Na opinião do diretor clínico do HBA, a escolha é muito baseada no “passa-a-palavra”. Enquanto professor catedrático de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, diz que muitos alunos passam pelo HBA e pelo Hospital da Luz durante a formação pré-graduada, o que lhe permite perceber a dinâmica do hospital. Daí que, nos últimos anos, estas unidades têm sido selecionadas para a formação de especialização por muitos dos médicos com melhores notas no Harrison.
Para os hospitais privados, existe todo o interesse em ter médicos a realizar o internato. “Está no nosso ADN formar. A formação é uma parte vital para os hospitais, porque cria uma dinâmica positiva nos serviços”, refere Rui Maio.