Valha-nos São Ronaldo, primeiro, e São Patrício, depois. De resto, uma pobreza franciscana. Exceção feita às bolas paradas
governo liderado por Junot, na organização de festas in. Coincidência das coincidências, Juliana encosta-se a Junot e torna-se sua amante oficial. E agora? Grande cambalacho, parte 2. A vida dá muitas voltas e o conde de Ega volta a sair de Portugal, novamente na companhia de Juliana, agora à pressa, até França, devidamente protegido por Napoleão a troco de uma pensão de 60 mil francos por ano.
O dinheiro não é tudo. Pensa Juliana. Em 1811, abandona o conde e corre para os braços de Stroganov, então a curtir o ambiente na Suécia. Dez anos depois, Stroganov é chamado pelo imperador Nicolau para trabalhar em São Petersburgo e faz-se acompanhar por Juliana – além da sua mulher, claro. E agora? Grande cambalacho, parte 3. A sociedade daqui (de São Petersburgo) vai aos arames com o affaire e Stroganov convive com a crise na boa-vai-ela, sem ligar às coscuvilhices. Quando a mulher morre, em 1824, marca casamento com Juliana em 1827, na cidade de Dresden (capital da Saxónia).
A cerimónia é malvista pela sociedade. Mais uma vez, Stroganov passa por cima desse pseudodilema com uma classe do além, até porque vive feliz com Juliana até ao fim dos seus dias, em 1857. Trinta anos de amor, os últimos cinco a comer bife à Stroganov. Como assim? O barão piora gradualmente de saúde e acaba por cegar. Nesses tempos, Juliana é quem lhe dá de comer e corta-lhe o bife às tirinhas. Lá está, bife à Stroganov. Às tirinhas.
Que é como Portugal joga, sem alma nem nada. Valha-nos São Ronaldo, primeiro, e São Patrício, depois. De resto, uma pobreza franciscana. Exceção feita às bolas paradas. Aí, alto e para o baile: dos quatro golos, um é de penálti, outro de livre direto e mais um de canto curto – em falta, só o frango de De Gea. Falta só um jogo na fase de grupos, o do desempate. Ou vamos (como em 1966, 2006 e 2010) ou já fomos (1986, 2002 e 2014). Com o Irão, basta-nos o empate para seguir em frente. Isto se queremos continuar à Stroganov. Se nos aventurarmos em conciliar vitória com jogo bonito, é um bife tártaro. Precisamos de futebol cru, sem cozinhados nem molhos. Num prato apresentável, de preferência.