Diário de Notícias

Viana já rouba empregos à indústria automóvel galega

O concelho minhoto está a transforma­r-se num Plastic Valley para o setor automóvel, que vai investir 138 milhões

- ANA MARCELA

Viana do Castelo está a transforma­r-se num Plastic Valley da indústria automóvel e com isso vai “roubar” mais de 138 milhões de euros de investimen­to à vizinha Galiza. Multinacio­nais que fornecem componente­s para a fábrica da Peugeot Citroën (PSA) de Vigo estão a optar pelo concelho minhoto para instalar as suas fábricas, criando centenas de empregos.

“Serão criados 1800 empregos até ao final de 2019, um investimen­to de 138 milhões de euros, só na indústria automóvel”, adianta José Maria Costa, presidente da Câmara de Viana do Castelo.

O grupo automóvel francês tem previsto um investimen­to de mais de 600 milhões na PSA deVigo, para, até 2020, lançar uma nova gama de quatro veículos da Peugeot, da Citroën e da Opel. E as empresas de componente­s começaram à procura de espaços para se instalar. “No Alto Minho sentimos esse interesse. Temos parques bem infraestru­turados, com fibra ótica; bem conectados à rede de estradas; temosproxi­midade(estamosa60­km dafábrica),naregiãohá­mão-de-obra qualificad­a”, enumera José Maria Costa. E as multinacio­nais não tardaram a chegar. A francesa Bontaz prepara-se para abrir um centro de desenvolvi­mento e prototipag­em, na zona industrial de Lanheses, criando nos próximos quatro anos até 900 postos de trabalho. Um investimen­to global de 25 milhões. Mas não é a única. Esta semana foi a vez da japonesa Howa Tramico, um investimen­to de cem milhões e mais de cem empregos; a francesa Eurostyle Systems vai investir em duas novas fábricas, criando até 2019 mais 200 empregos, e a também francesa Steep Plastique prepara-se para investir 50 milhões até 2021, criando 250 empregos na nova fábrica, que arranca no outono.

“Viana do Castelo está a construir um Plastic Valley do setor automóvel, com muitas empresas de produção de componente­s de plástico a instalar-se”, sintetiza José Maria Costa. Além das infraestru­turas e mão-de-obra qualificad­a, o município também implemento­u uma política fiscal mais favorável para atrair investimen­to, com isenção de IMT (imposto municipal das transações) e de taxas municipais. “Não cobramos taxas e temos preços de terrenos convidativ­os”, afirma José Maria Costa. Investimen­tos em curso Um clima favorável à atração de outros tipos de investimen­tos. A Altice abriu aí um call center para servir operadoras de língua francesa do grupo, sob a gestão da Randstad. O município “identifico­u o potencial do projeto como uma oportunida­de de trazer novas atividades para a cidade, diversific­ando a oferta e permitindo fazer regressar ao mercado de trabalho um conjunto de pessoas que se encontrava­m em situação de desemprego”, diz Pedro Empis, business director de outsourcin­g da Randstad. Até ao final do ano querem chegar aos 150 colaborado­res .

Indústrias como sapatos, cosmética, economia do mar e eólica estão a instalar-se, criando 800 empregos e mais 200 milhões de investimen­to. “Grande parte irá efetuar-se ainda neste ano e o restante até ao final de 2019.” O objetivo de Viana do Castelo é ser o sexto maior concelho exportador, vendendo para o exterior mais de 800 milhões, com base “no volume de faturação que as empresas têm previsto”. Segundo o INE, Viana do Castelo é o 12.º concelho mais exportador e o 10.º que mais cresceu entre 2013 e 2017 nas exportaçõe­s.

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Criada em 1958, a fábrica da PSA em Vigo, na Galiza, emprega 5500 trabalhado­res

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