Com o talento do pé esquerdo, Colômbia arruma com a Polónia
James Rodríguez e Quintero arquitetaram os três golos dos sul-americanos, em boa posição para se apurarem. Polónia eliminada
James recebeu de Quintero e assistiu para o 1-0 de Mina; Quintero isolou Falcao para o 2-0; James lançou Cuadrado para o 3-0; precioso pé esquerdo
Duas seleções favoritas no grupo, mas com a corda na garganta depois do empate entre os outsiders Japão e Senegal, que haviam ganho os primeiros jogos. Os tais resultados que empurravam Colômbia e Polónia para um encontro de alto risco. Desde logo porque a derrota significava ir para casa depois da última jornada da fase de grupos, na quintafeira. A Colômbia ganhou, e muito bem, a Polónia pode marcar as passagens para depois do encontro de quinta. O 3-0 foi construído com inteligência, habilidade, pés esquerdos virtuosos e velocidade.
A Polónia, para quem tem um goleador feroz como Lewandowski, foi pouco ameaçadora. Tal- vez a melhor oportunidade que teve no jogo tenha sido quando Krychowiak esteve na cara de Ospina, mas não conseguiu ultrapassar o guarda-redes sul-americano. Aí estávamos nos minutos finais e já os polacos tinham o saco cheio de golos e de superioridade do adversário.
Com James a entrar de início (depois de meia hora na derrota frente ao Japão, 1-2), recuperado das mazelas físicas, a Colômbia exibiu classe. O primeiro golo foi a primeira forma de o expressar. Um canto rodou de Cuadrado para Quintero, o médio levantou a cabeça em direção da área, mas devolveu a James na zona lateral. O avançado do Bayern de Munique cruzou de forma subtil e Yerry Mina ganhou nas alturas a um defesa e ao guarda-redes contrário e desviou de cabeça para o 1-0.
Faltavam cinco minutos para o intervalo, mas percebia-se que o desfecho do jogo não ia ser simpático à Polónia, enredada nas manobras adversárias.
Os sinais maiores da superioridade cafetera vieram, sobretudo (e porque foram decisivas), em duas jogadas rápidas de transição para o ataque.
Na primeira, Quintero descobriu Falcao a desmarcar-se entre os centrais, deu-lhe a bola açucarada e o ponta-de-lança (também ele ex-FC Porto) bateu com inteligência Szczesny, colocando a bola rasteira por baixo do guarda-redes. Com a parte de fora do pé. Estavam jogados 70 minutos, e a vida da Polónia ficava mais complexa, demasiado complexa.
Até porque, cinco minutos depois, James olhou para o “foguete” Cuadrado, que seguia em alta velocidade em direção à área contrária, e pôs-lhe a bola na frente. Cuadrado correu mais do que todos e bateu Szczesny, novamente.
O 3-0 retirava qualquer dúvida quanto ao desfecho do jogo, mas sobretudo sobre a enorme qualidade dos colombianos, especialmente a tripla por detrás de Falcao: James-Quintero-Cuadrado.
Quinta-feira, a Polónia joga com o Japão sem qualquer ambição. Mas pode influir nas contas. Porque se bater os asiáticos por uma margem superior a uma eventual vitória da Colômbia sobre o Senegal apura estas duas equipas.
No fundo, as três equipas dependem apenas de si próprias: um triunfo e qualquer delas se apura para os oitavos. Neste momento, a Colômbia, pela força desportiva, e o Japão, pela ligeira vantagem (um cartão) sobre o Senegal, parecem estar em vantagem.