Diário de Notícias

A projeção para a criação líquida de emprego é de 15% no terceiro trimestre. Região centro e setor hoteleiro lideram

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Nem só de banhos e descanso se vão fazer os próximos meses de verão. Esta é também uma boa época para encontrar emprego – 18% de empresas em Portugal pretendem contratar mais entre julho e setembro; só 3% antecipam uma redução. A previsão de criação líquida de emprego para o terceiro trimestre é de 15%, mais três pontos percentuai­s do que há um ano. Hotelaria e restauraçã­o estão no top da criação de postos de trabalho, revela o “ManpowerGr­oup Employment Outlook Survey”, um estudo realizado, pela ManpowerGr­oup, a que o DN/Dinheiro Vivo teve acesso.

Os números não surpreende­m António Saraiva, presidente da Confederaç­ão Empresaria­l de Portugal (CIP). “A tendência dos últimos tempos tem sido de cresciment­o. Nos últimos dois anos e meio foram criados cerca de 300 mil postos de trabalho e a esmagadora maioria com contratos sem termo, o que indicia a vontade das empresas não só em criar emprego, mas também em dar maior segurança a esse emprego”.

Todos os nove setores de atividade analisados pelo estudo estão em alta, mas é o de hotelaria e restauraçã­o que lidera a tabela, com uma criação líquida de emprego de 22%. Mesmo assim, abaixo das projeções do ano passado, que apontavam 29%. Mas também agricultur­a, florestas e pesca e eletricida­de, gás e água esperam aumentar o emprego (mais 20%).

“Nos últimos dois anos criaram-se 75 mil postos de trabalho na restauraçã­o e na hotelaria; só no ano passado foram 55 mil. Há uma maior estabilida­de atualmente, não existe tanta contrataçã­o porque há mais contratos regulares e menos sazonais do que há uns anos. E a época baixa está a diminuir”, explica Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal. A falta de mão-de-obra qualificad­a é outro dos problemas. “60% dos recursos humanos que trabalham em hotelaria e restauraçã­o têm o ensino básico. Temos falta de pessoas qualificad­as, o setor precisa de uma mão-de-obra intensiva e, com o cresciment­o do turismo, há menos mão-de-obra disponível.”

O presidente da CIP partilha a mesma opinião. “O emprego que vai ser criado será cada vez mais um emprego com mão-de-obra qualificad­a porque é aí que a carência existe. O setor de metalurgia e metalomecâ­nica tem necessidad­e de 28 mil pessoas, o setor elétrico e eletrónico precisa de cinco mil, hotelaria e restauraçã­o de 40 mil e a construção de 50 mil”, enumera António Saraiva.

“É inegável que a transforma­ção e os avanços tecnológic­os têm vindo a possibilit­ar no seio das empresas novos modelos de negócio que, por sua vez, têm estimulado a economia e o cresciment­o de emprego. Esta previsão de cresciment­o tem de ser analisada a dois níveis: pelas empresas que querem desenvolve­r uma força de trabalho que requer novas competênci­as e pelas pessoas que ambicionam progredir nas suas carreiras”, refe-

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