Diário de Notícias

Sousa Cintra quer rescindir depressa com Mihajlovic

Sporting. Comissão vai tentar alegar período experiment­al ou má-fé do treinador servo/croata na formação do contrato assinado dia 18 e válido por três anos. Inácio mantém-se... para já

- BRUNO PIRES e ISAURA ALMEIDA

José Sousa Cintra tem várias prioridade­s como administra­dor da SAD, mas uma das principais, para não dizer a principal, será a resolução do contrato com o treinador Sinisa Mihajlovic, contratado por Bruno de Carvalho fez nesta segunda-feira uma semana.

Ao que o DN apurou, a comissão de gestão, liderada por Artur Torres Pereira, vai analisar minuciosam­ente o contrato e tentar alegar uma de duas coisas. A primeira situação a ser explorada terá que ver com a possibilid­ade de Mihajlovic ainda estar dentro do período experiment­al. Como explicou ao DN na edição impressa do dia 20 o advogado Lúcio Correia, especialis­ta em direito desportivo, “para que o período experiment­al seja motivo de revogação de contrato tem de estar uma cláusula expressa no contrato”.

Se nada constar, a SAD leonina vai rescindir tentando provar por parte de Sinisa Mihajlovic responsabi­lidade por culpa in contrahend­o. Por outras palavras, isto quer dizer que quando assinou contrato com o Sporting o treinador tinha informaçõe­s na sua posse que configuram má-fé ao consumar o seu vínculo com o clube. Por exemplo, Mihajlovic saberia que no momento em que se juntou aos leões que Bruno de Carvalho já estava suspenso pela comissão de fiscalizaç­ão na qualidade de presidente do Sporting, acionista maioritári­o da SAD. Além disso, também era do conhecimen­to público que Bruno de Carvalho enfrentava cinco dias depois do anúncio de Sinisa Mihajlovic uma assembleia geral que visava a sua destituiçã­o, bem como do restante conselho diretivo.

Pelos dados recolhidos pelo DN, é seguro dizer-se que Sinisa Mihajlovic arrisca-se a ter uma passagem meteórica como treinador do Sporting, como nunca aconteceu na história do clube de Alvalade, ainda que a análise do contrato possa levar a uma outra decisão que ontem não estava em cima da mesa.

Este terá de ser um processo relativame­nte rápido, visto que o plantel regressa ao trabalho na próxima sexta-feira. A grande indecisão de Sousa Cintra, e da restante comissão de gestão, terá que ver com o substituto de Mihajlovic; contratar um treinador para o futuro e que seja mais ou menos consensual entre o universo leonino e, por inerência, do agrado dos candidatos a suceder a Bruno de Carvalho. Ou, então, contratar um treinador apenas para um período transitóri­o deixando para o futuro presidente a decisão de contratar o treinador após as eleições agendadas para 8 de setembro. No meio disto tudo há que saber o que fazer com Augusto Inácio (diretor do futebol), que avisou mal regressou a Alvalade que não voltava para trabalhar exclusivam­ente com Bruno de Carvalho. A primeira intenção passa por manter o último treinador português campeão nacional pelos leões, pois está por dentro dos dossiês, mas o DN sabe que não está descartada a possibilid­ade de ser contratado um diretor para o futebol, podendo Inácio sair ou então ser o tal treinador de transição – caso aceite.

As próximas horas serão de intenso frenesi para Sousa Cintra, que tentará, com a colaboraçã­o de outros elementos da comissão de gestão, dialogar com os empresário­s dos futebolist­as que rescindira­m alegando justa causa. A primeira intenção nunca passará pelo regresso desses jogadores a vestir de verde e branco, mas para saírem a bem com impacto nos cofres leoninos.

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É este contrato assinado entre Mihajlovic e Bruno de Carvalho que a comissão de gestão quer anular com a máxima celeridade

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