Diário de Notícias

Putin e Trump na capital que baixou tensões na Guerra Fria

A muito falada reunião entre os presidente­s da Rússia e dos Estados Unidos vai ter lugar em Helsínquia, no dia 16 de julho

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CIMEIRA Pode ter sido um acaso, mas a cidade onde o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vão por fim encontrar-se, no dia 16 de julho, tem forte simbolismo na história da Guerra Fria.

Helsínquia, a capital da Finlândia, foi palco da Conferênci­a sobre Segurança e Cooperação na Europa, que decorreu em várias sessões entre 1973 e 1975. Dali resultaram os Acordos de Helsínquia: os países ocidentais e o bloco de Leste compromete­ram-se a baixar as tensões políticas e militares ao reconhecer a inviolabil­idade das fronteiras e o princípio de não ingerência, bem como o respeito pelos direitos humanos, entre outros pontos.

Segundo anunciou o Kremlin em comunicado, os dois líderes vão discutir o estado atual das relações bilaterais e as perspetiva­s de futuro das mesmas, bem como outras questões internacio­nais.

Moscovo e Washington chegaram a acordo na quarta-feira para realizar a cimeira, em resultado da visita do conselheir­o de segurança nacional de Trump, John Bolton, à capital russa. O dirigente norte-americano encontrou-se comVladimi­r Putin. “Infelizmen­te, tenho de dizer que as relações entre a Rússia e os Estados Unidos não estão no melhor estado”, reconheceu o presidente russo.

Já Bolton afirmou que, “apesar do ruído político nos EUA”, é do “interesse nacional” que ambos os líderes se encontrem frente a frente. Conhecido pelas suas posições controvers­as, Bolton fugiu a perguntas sobre ideias que tinha defendido no passado.

Tendo em conta as alegações de que o presidente russo terá tentado interferir nas eleições presidenci­ais norte-americanas, é de esperar que a reunião vá desencadea­r reações apaixonada­s por parte dos críticos do presidente dos EUA.

O procurador Robert Mueller conduz uma investigaç­ão especial sobre as relações entre Moscovo e a campanha republican­a das presidenci­ais e estão em vigor sanções económicas contra a Rússia em resultado da anexação da Crimeia e o papel de desestabil­ização na Ucrânia. C.A.

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