Diário de Notícias

Plataforma­s atraem imigrantes: é fácil de entrar e o GPS ajuda

Perfil. Portuguese­s continuam em maioria, mas há cada vez mais estrangeir­os a trabalhar neste tipo de empresas.

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Tem reparado que os motoristas que trabalham com as plataforma­s andam diferentes? Há mais imigrantes, menos engravatad­os? E estão mais soltos, conversam mais? “Há muitos imigrantes a trabalhar e mesmo assim falta pessoal. Para a noite não conseguimo­s quem trabalhe”, garante Bruno Rodrigues, motorista e empresário a trabalhar nestas plataforma­s (três) e que conhece bem o serviço. É brasileiro, vive em Portugal há dois anos e meio e já tem três pessoas a trabalhar para ele.

Suleman Chaudhry é paquistanê­s, vive em Lisboa há cerca de quatro anos e tem dois motoristas a trabalhar com ele na Uber. Os dois são exemplo da mudança: há cada vez mais estrangeir­os a conduzir para estas plataforma­s, como confirmou ao DN fonte oficial da Cabify, que conta com brasileiro­s, angolanos, espanhóis e venezuelan­os. “Muitos portuguese­s passam por aqui [Uber] uns meses e depois saem porque não é o emprego principal. Para os imigrantes não é assim”, explica.

Bruno era polícia militar em São Paulo, até decidir vir com a mulher (filha de emigrantes portuguese­s há 35 anos no Brasil) para Portugal. “A situação lá está complicada. Aqui trabalho 10/12 horas por dia, mas é rentável.” A maior quantidade de motoristas é, segundo ele, a maior causa de mudanças: “A maioria anda como eu, de fato, e no carro tenho uns agrados [águas, rebuçados] mas o padrão tem baixado. Já vi motoristas de bermudas!”

Suleman Chaudhry só tem ligação à Uber – e não é a sua ocupação principal. “Sou engenheiro de software, tenho uma loja no Parque das Nações.” Veio de Gujrat, no Paquistão, e está contente com o trabalho. “É rentável e está a melhorar.” Para quem, como ele, veio de fora, esta é uma maneira fácil de ter trabalho: além da autorizaçã­o de residência e alguma experiênci­a de condução, pouco mais se exige aos motoristas. E o GPS faz o resto.

“A maioria anda como eu, de fato, e no carro tem uns agrados [águas, rebuçados], mas o padrão tem baixado.”

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