Um parque aquático para dar mais vida a um Kastelo especial
O Kastelo é um lugar feliz. Essa é a primeira impressão de quem o visita e um princípio fundamental para quem ali trabalha, naquele casarão, em São Mamede de Infesta.
Feliz é também o lema que alimenta a missão: dar vida aos dias e não dias à vida. O Kastelo abriu portas há dois anos como a primeira unidade de cuidados continuados e paliativos pediátricos da Península Ibérica. É essa a designação formal que, traduzida para a prática, significa um oásis para crianças a quem a vida carregou com o peso da necessidade de acompanhamento especial permanente.
O Kastelo surgiu no meio do nada para preencher um vazio em que caem crianças e famílias afetadas por casos de doença crónica grave ou terminal. Nomeiodonada foi também o nome que a enfermeira Teresa Fraga e um grupo de profissionais dos cuidados intensivos pediátricos do Centro Hospitalar do Porto (CHP) deram à associação que resolveram criar em 2011 para dar apoio a essas famílias.
Da associação nasceu este Kastelo, na casa Marta Ortigão, no concelho de Matosinhos, onde atualmente convivem 22 crianças, num ambiente o mais semelhante possível a um bom ambiente familiar. Além do espaço interior, adaptado às necessidades especiais, há um amplo espaço exterior que inclui jardim, zona lúdica e uma horta biológica que contribuem para, lá está, fazer deste um lugar feliz.
Agora, o Kastelo procura acrescentar um pouco mais de vida aos dias das suas crianças e está a construir um parque aquático adaptado. Um projeto pioneiro na Europa, inspirado no único exemplo conhecido no mundo, no Texas. E um parque naturalmente diferente dos que se vão encher de gente por este verão. Trata-se de um pequeno circuito, com alguns repuxos e jogos de água, a instalar no jardim da casa.
Para ajudar a financiar mais este pedaço de vida, a Kastelo tem promovido uma série de iniciativas solidárias, entre leilões, jantares ou campanhas de financiamento (https://www.gofundme.com/parque-aquatico-do-kastelo). Alguns clubes de futebol, por exemplo, já se associaram à causa. Benfica, Sporting, FC Porto, Boavista e Padroense doaram camisolas autografas para um leilão que rendeu cerca de 500 euros. Mas são precisos 150 mil. Metade disso, porque a outra metade já foi arrecadada num jantar solidário no terminal de Leixões.
“O parque aquático vai contribuir para aumentar a qualidade de vida destas crianças. É uma fonte de lazer e o lazer é uma fonte de desenvolvimento infantil”, explica a diretora, que continua movida pela mesma vontade com que, em 2011, lançou a Nomeiodonada. Por isso, confia que até ao fim de agosto o parque aquático “estará inaugurado”. E contribuirá para fazer do Kastelo um lugar ainda mais especial.