Diário de Notícias

“BCE deveria reverter decisão BPI-BFA” em Angola. Cá, “interrogaç­ão maior será o Novo Banco”

Presidente do júri do Prémio Dona Antónia, ex-presidente do BPI, está preocupado com Novo Banco e Montepio.

- — Rosália Amorim

BANCA Artur Santos Silva, líder da Fundação la Caixa e antigo presidente do BPI, afirma estar ainda “preocupado” com o Montepio. Em entrevista ao Dinheiro Vivo, lança farpas ao Banco Central Europeu, que acusa de ter uma política errada no que toca ao angolano BFA.

Artur Santos Silva, entrevista­do nas Caves Ferreira no Porto, diz estar crente nas previsões do BdP de que o cresciment­o da economia portuguesa vai continuar. Mas alerta que para tal “é importante que a Espanha continue a crescer”, “a Europa com saúde ” e que “seja travado o protecioni­smo cego da política americana”.

Sobre o sistema financeiro nacional, afirma “que a CGD está com o comando à altura das necessidad­es e há sinais que mostram que se está a intervir como deve ser; no BCP, os resultados mostram que os problemas principais que tinha estão digeridos; a interrogaç­ão maior será o que se pode passar no Novo Banco”. Neste caso, defende que “o Estado devia ter feito uma injeção de capital e ter nacionaliz­ado o banco e, mais tarde, depois dos problemas mais descascado­s, o banco ser vendido”. Quanto ao Montepio, está “preocupado porque são problemas numa unidade do sistema”. Pressão do BCE é “absurda” Santos Silva considera “absurda” a pressão do Banco Central Europeu sobre o negócio angolano do BPI, ao ter forçado o banco a ficar com menos de 50% do Banco de Fomento de Angola e sem elementos na administra­ção executiva. “Há só dois não executivos. É uma política errada. Tudo deve ser feito para Portugal ter a melhor relação possível com as ex-colónias e o setor financeiro é muito importante. E “custa-me compreende­r como é que isso foi exigido”. “Já compreende­ria que nas exigências de capital se dissesse que o risco em Angola é muito significat­ivo e que o capital tem de ser desvaloriz­ado, não desconside­rado como já é hoje.” O ex-presidente do BPI e atual líder da Fundação la Caixa em Portugal “gostaria de que o BCE revertesse” essa decisão. “Era bom para o nosso país, para Angola e para o BPI integrá-lo no Caixa Bank e que este ativo fosse devidament­e valorizado. É um banco que, em caixa, já deu perto de mil milhões ao BPI, com investimen­to inicial pouco superior a três milhões de euros, e não se faz mais nenhum. Se acha isto pouco.”

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Artur Santos Silva está preocupado com o “que poderápass­ar-se no NB e Montepio.

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