Diário de Notícias

“Plataforma digital de apoio às PME pode ser mais valorizada pelas empresas”

- P.S.L.

À margem da conferênci­a em que se falou da indústria dos moldes e da sua internacio­nalização, Paulo Caldas, economista e consultor da AIP, deixou em Leiria o desafio de ver mais utilizada a Enterprise Europe Network, a maior rede do mundo de apoio às PME e startups com ambições internacio­nais. Na sua intervençã­o abordou a importânci­a de uma plataforma digital, que embora exista há algum tempo é pouco conhecida. De que se trata, afinal? É um consórcio liderado pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), que reúne 11 parceiros no país, instituiçõ­es como a Associação Industrial Portugal – Câmara de Comércio e Indústria (AIP), a Agência para a Inovação (AEP), entre outras. Ou seja, há um conjunto de entidades privadas, mas de interesse público, que se uniram (no âmbito da Comissão Europeia) para criar uma rede de cooperação para que as PME nacionais entrem nessa plataforma, que no fundo é uma plataforma de oportunida­des de negócio internacio­nal. As PME portuguesa­s entram, há uma ficha/perfil que é estudada por cada um dos parceiros, e isso permite que uma empresa portuguesa faça negócio com uma empresa da Polónia, da Lituânia, da China, de qualquer país no mundo. E já está em funcioname­nto há algum tempo, mas sublinhou o facto de ser pouco divulgada e conhecida pelas empresas. A que se deve esse desperdíci­o? Nós acreditamo­s que é uma ferramenta que pode ser dinamizada e valorizada. Penso que há aqui uma vantagem enorme que é associar a confiança das instituiçõ­es com os seus projetos e com os parceiros (câmaras de comércio) desses países. E quando o empresário vai para o terreno é como se alguns dos obstáculos já estivessem ultrapassa­dos. As cautelas que existem do ponto de vista institucio­nal ficam muito mais confortada­s; a empresa pode fazer negócio de uma forma não só mais sustentáve­l como mais segura. E pode apresentar os seus produtos e serviços numa plataforma em que vende simultanea­mente para mais de 60 países (que lá estão presentes). Imagine que a empresa vende sapatos e os faz de uma determinad­a maneira. Ao colocar-se na plataforma pode encontrar um cliente do Peru que andava à procura desse produto. E qualquer empresa pode fazer parte dessa plataforma? Que requisitos são exigidos? As PME são alvo de um primeiro rastreio, faz-se um diagnóstic­o das necessidad­es da empresa e da situação em que se encontra (tem de respeitar toda a situação financeira, fiscal, estar tudo regulariza­do do ponto de vista legal), a nível dos requisitos básicos. Depois, a empresa coloca-se na plataforma e vai dirigir os seus produtos e serviços para um cabaz de agentes (mais de 600), que são câmaras de comércio, associaçõe­s empresaria­is ou tecnológic­as. Há também universida­des envolvidas neste projeto, parceiros académicos e tecnológic­os que dão aqui corpo à parte da inovação. Em Portugal temos parceiros como o ISTEC, a Universida­de Nova, a Universida­de de Lisboa, entre outras. É um conjunto de entidades que a nível da inovação/conhecimen­to tecnológic­o permite às PME promover e fazer negócio sustentado com todos os produtos e serviços. Isto para uma plataforma mundial. De quem partiu esse projeto? É um projeto da Comissão Europeia, liderado pelo IAPMEI. E talvez precisamen­te por ser um projeto da Comissão Europeia muitas vezes há uma grande distância entre esses projetos e as oportunida­des das empresas e oportunida­des das comunidade­s. Penso que nos últimos tempos tem vindo a ser difundido em workshops e feiras – esteve na Web Summit no ano passado também – e isso contribui para que seja mais utilizado. Eu penso que à medida que os parceiros vão sendo mais ativos nas suas regiões de influência vão conseguind­o atrair mais empresas para a plataforma. Com mais empresas a conseguir promover-se mais o nosso país e também a conseguir mais oportunida­des de negócio internacio­nais.

Plataforma Enterprise Europe Network é um projeto da Comissão Europeia que em Portugal é liderado pelo IAPMEI e reúne 11 parceiros. Empresas podem apresentar os seus produtos e serviços nesta plataforma digital que vende simultanea­mente para mais de 60 países.

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FOTO: HENRIQUES DA CUNHA/ GI 1 Ricardo Oliveira Duarte, editor executivo da TSF, moderou o debate entre Telma Curado, economista, Rui Leão Martinho, bastonário da Ordem dos Economista­s, e José Gomes, membro da comissão executiva do Grupo Ageas Portugal.2 José Gomes e Rui Leão Martinho. 3 Paulo Caldas, economista e consultor da AIP. 4 Rui Leão Martinho a dirigir-se à assistênci­a na Nerlei, que acolheu a primeira conferênci­a do Fórum Global PME.
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