Ligações à segurança privada
A empresa que lidera cerca de 70% da segurança nos locais de diversão noturna em Lisboa e no Algarve tem elementos dos Hells Angels ao seu serviço.
A supremacia e a agressividade dos Hells Angels, que coagiam os grupos mais pacíficos de motards, estava a tornar-se asfixiante mesmo para os organizadores da concentração de Faro, a mais emblemática do país e muito popular em toda a Europa. O presidente do Motoclube de Faro, José Amaro, há anos que tentava travar essa supremacia, e chegou a ser também agredido.
Uma das maiores pressões tinha que ver com a segurança privada do evento. Segundo fontes policiais, os Hells Angels e os seus grupos satélites aproveitam estes dias para estabelecer e reforçar alianças para desenvolver as suas atividades ilícitas, designadamente tráfico de droga e de armas, mas também todo o negócio das lojas relacionadas com os motards, desde emblemas, vestuário e tatuagens.
Apesar de terem um espaço próprio, fora do recinto principal, para fazer reuniões, a presença de uma empresa de segurança sempre contratada pelo Motoclube de Faro, não lhes era conveniente. Nos últimos meses tinha aumentado a pressão para que esta fosse substituída por outra, que as polícias têm identificada como tendo uma forte ligação ao grupo. Esta empresa tem-se destacado na segurança de locais de diversão noturna no Algarve, Lisboa e Cascais, onde domina cerca de 70% do mercado, protegendo negócios ilícitos. As conhecidas discotecas Bliss em Vilamoura e Blanco em Portimão são exemplos. Em Lisboa tem boa parte da rua cor-de-rosa, no Cais do Sodré, o Hawai e o Havana, nas Docas, mais o Bolero, o Main e o Lust in Rio, entre outros estabelecimentos.