Diário de Notícias

Marca Portugal, contra os canhões, surfar, surfar!

- Presidente da Ivity Brand Corp e da Associação Portugal Genial CARLOS COELHO

Temos de integrar a energia da nossa natureza primordial e soltar o “canhão da Nazaré” das nossas marcas.

Quando o canhão da Nazaré soltou uma onda surfável de 34 metros, disparou a marca Portugal para as principais páginas do mundo.

Apesar do nosso abandono, o mar, que nunca nos abandonou, voltou a dar-nos uma oportunida­de. Temos novamente palco para afirmar uma história que começou com um príncipe navegador, cuja ousadia e coragem criou a marca de um país pioneiro na exploração dos mares. Ainda que subexplora­do, o nosso mar é um indispensá­vel contribuid­or da economia, mais de 10% do PIB decorre de atividades ligadas ao mar. Demo-nos ao mar e navegámos de volta ao mundo. Deixámos ondas de portugalid­ade um pouco por todo o planeta. As ondas que chegam todos os dias à nossa costa são talvez os juros do investimen­to que fizemos; nascem quase todas no Atlântico Norte, viajam milhares de quilómetro­s em sets que, face à orientação da nossa costa, fazem que seja raro o dia em que não exista um break com surf quase perfeito e abrigado do vento. Temos por toda a costa as melhores ondas de temperatur­as amenas da Europa. O Guincho, os Coxos na Ericeira e os supertubos, em Peniche, estão entre os melhores

spots do mundo. A onda do Jardim do Mar, na Madeira, foi considerad­a The world’s best big wave pointbreak under the gun; os Açores, em São Miguel e em São Jorge são spots emergentes e a gigante da Nazaré é uma natureza à parte, só comparável com o Havai, e só para os grandes craques.

Temos uma extensa faixa costeira, diferentes tipos de ondas e condições de praticabil­idade disponívei­s durante quase todo o ano. Se acrescenta­rmos a nossa centralida­de geográfica, a hospitalid­ade e a gastronomi­a a preços ainda acessíveis, facilmente concluímos que dispomos de condições únicas para potenciar economicam­ente esta invulgar dádiva da natureza. Portugal é um país de mar e de ondas, isso todos já sabemos; aquilo que talvez ainda não tenhamos pensado é que uma só onda ao fim da rua, pode ser o suficiente para impulsiona­r a economia de uma região inteira. O tsunami da Nazaré está a acordar a consciênci­a nacional para a importânci­a que os fatores intangívei­s podem ter no desenvolvi­mento da economia. Temos de saber surfar os nossos recursos endógenos. Temos de integrar a energia da nossa natureza primordial e soltar o “canhão da Nazaré” de todas as nossas marcas.

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