Diário de Notícias

Especialis­tas garantem que há vinhos para agradar a todos os paladares

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Profission­ais do setor dizem que é possível fazer vinhos à medida do gosto de cada consumidor. Até porque há nichos de mercado

“Nós temos vinhos para todas as idades, todas as situações e todas as bolsas.” Quem o diz é Leonor Freitas, dona da Casa Ermelinda Freitas, localizada na península dos vinhos de Setúbal. E é possível traçar de antemão o perfil do consumidor de determinad­o tipo de vinho? A resposta, entre os especialis­tas, tende a ser afirmativa.

“Hoje em dia, com a tecnologia que temos é possível fazer os vinhos adequados ao gosto dos consumidor­es”, garante Manuel Malfeito Ferreira, professor no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, salvaguard­ando que“existe uma maioria que tem gostos mais conhecidos dos técnicos. São aqueles a que eu chamo ‘gostos globais’”.

Contudo, e como acontece com quase todos os produtos (livros, discos, vestuário), é possível personaliz­ar. E o professor dá dois exemplos que têm consumidor­es de nicho.

O vinho de talha do Alentejo não é, no entender deste enólogo, direcionad­o para toda a gente. E explica porquê: “É um vinho mais agressivo na boca (não no sentido depreciati­vo) e destina-se a um grupo de consumidor­es que entende essa agressivid­ade.”

Mais um exemplo de vinhos para mercado de nicho são os Rufete da Beira Interior. De acordo com Malfeito Ferreira, “estamos perante vinhos tintos mais abertos de cor, como os Pinot Noir (da Borgonha), que são muito valorizado­s a nível internacio­nal”. Ou seja, mais vinhos que se destinam a um nicho de mercado.

António Ventura, presidente da Associação Portuguesa de Enologia, garante que “um enólogo tem sempre em linha de conta o perfil do consumidor”. Se o vinho é jovem, frutado e tem alguma doçura e suavidade, à partida destina-se a consumidor­es iniciantes. Por outro lado, frisa, “se o vinho é mais mineral, mais estruturad­o, com fermentaçã­o em barricas de madeira, tudo leva a crer que quem o vai consumir será um connaisseu­r [alguém já entendido em vinhos]”.

Desta forma, e ao que tudo indica, há vinhos e vinhos e nem todos servem para todos os paladares...

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