PAN ganha um grupo parlamentar
Depois da surpresa da noite eleitoral de 26 de maio, em que o PAN conseguiu eleger pela primeira vez na sua história um deputado para o Parlamento Europeu, o partido volta a surpreender. Como já mencionado, as europeias são o palco perfeito para surpresas desta natureza. Já as legislativas nem tanto. Veja-se pelo BE, que quando entrou no Parlamento pela primeira vez, em 1999, conseguiu dois deputados, mas nas eleições seguintes, em 2002, cresceu 50%, ganhando apenas mais um mandato. O PAN é um caso de crescimento, claramente mais rápido e acentuado. O partido cresceu 400% de 2015 para 2019. Claro que as circunstâncias são diferentes e o tempo de legislatura e trabalho parlamentar foi também ele diferente. De qualquer das formas, a comparação ilustra bem o rápido crescimento do PAN, crescimento que também é embalado pelo contexto internacional e pela agenda climática que está cada vez mais em cima da mesa.
O PAN cresceu em todos os círculos eleitorais, o que lhe permitiu quadruplicar a sua presença no Parlamento. Com 3,28% dos votos, ou seja, cerca de 166 mil votos, o PAN tem agora quatro deputados.
Comparando com 2015, o maior crescimento dá-se no distrito de Faro (+2,77%), embora o partido não consiga eleger por esse círculo que tem uma magnitude eleitoral bastante pequena, dificultando assim as contas aos pequenos partidos. Aliás, a zona do Algarve tem sido uma grande aposta do partido. Os seus cinco melhores resultados, onde alcança mais de 5%, são na zona algarvia. O partido
cresce ainda consideravelmente em Setúbal (+2,54%) e Lisboa (+2,41%), permitindo obter um mandato por Setúbal e um segundo mandato por Lisboa. Conseguiu também um bom resultado no Porto, o que lhe garantiu mais um mandato eleitoral. Os bons resultados nestes círculos eleitorais não são surpresa, nas europeias observámos o mesmo. A força do PAN encontra-se geograficamente concentrada nas zonas em que o partido detém já uma forte presença territorial, com a implantação local de comissões políticas concelhias, como acontece em Faro. Resumindo, o PAN some e cresce em todos os círculos eleitorais, crescendo sobretudo nos círculos eleitorais urbanos onde também a Iniciativa Liberal e o Livre têm melhor desempenho.