Diário de Notícias

PPD-PSD e CDS em queda livre?

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A direita perdeu peso político na Assembleia da República com as eleições de 6 de outubro. Embora Rui Rio tenha feito um discurso vitorioso, o resultado do passado domingo ficará como o quarto pior do PPD-PSD em eleições legislativ­as (27,9%), abaixo de Santana Lopes em 2005 (28,77%) e de Manuela Ferreira Leite em 2009 (29,11%). Já no CDS-PP, a perda de 13 deputados levou Assunção Cristas a convocar eleições e a não recandidat­ar-se. Os melhores resultados do CDS são em Ponte de Lima (Braga), Santana (Madeira), Vale de Cambra (Aveiro), onde consegue manter o 3.º lugar. O CDS consegue ficar em 3.º lugar em 39 dos 308 concelhos do país. Já o PSD consegue ficar em 1.º lugar em 27% dos concelhos (83) do país, sobretudo no norte e centro, como Boticas eValpaços (Vila Real), Vimioso (Bragança), Vagos (Aveiro) e ainda na Calheta (Madeira). Mas perdeu pela primeira vez vários concelhos para o PS, como Proença-a-Nova e Santa Cruz. Para compararmo­s com o resultado da coligação Portugal à Frente, de 2015, na qual CDS e PSD se aliaram, somámos os resultados eleitorais do PSD e do CDS em 2019.

As maiores perdas foram sem dúvida nos distritos de Leiria (-9,56%), Viseu (-8,97%) e Aveiro (8,86%). E não cresceram em nenhum círculo eleitoral. A pergunta que se faz é: para onde foram os votos que a direita tradiciona­l perdeu? Será que os novos partidos a desafiar o espaço político deram um empurrão?

O cruzamento entre a variação percentual de votos no PSD-CDS entre 2019 e 2015 face aos dos outros partidos sugere que os novos partidos, como acontece com a Iniciativa Liberal, não retiram palco aos partidos tradiciona­is.

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