Santa Maria vai criar espaço para doentes com alta
No início da semana, o diretor clínico do Centro Hospitalar Lisboa Norte (que inclui os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente) anunciou a criação de um espaço com 26 camas, a partir de dezembro, destinado aos doentes internados depois de terem tido alta.
Luís Pinheiro reconheceu, em declarações à agência Lusa, que as duas unidades hospitalares têm os serviços de internamento sobrelotados em parte por causa de cidadãos que aguardam vagas em lares ou na rede de cuidados continuados e que não têm familiares prontos para os acolher.
“Não vamos criar um lar. Vamos ter um espaço de internamento onde temos equipas de enfermagem permanentes. Não deixamos de ser um hospital. Temos esse ADN, essa responsabilidade e teremos disponibilidade médica para a identificação de problemas e resolução. Garantimos acompanhamento de enfermagem 24 sobre 24 horas. Não é uma enfermaria nem um lar, é algo intermédio", explicou o médico.
Para aumentar o número de camas disponíveis e evitar a imagem de doentes em macas nos corredores, estes hospitais propõem-se diminuir o tempo de internamento dos doentes, acelerando o processo burocrático ligado aos tratamentos. E através da criação de um projeto de hospitalização domiciliária: um hospital em casa, onde os doentes estáveis permanecem em contacto com uma equipa médica 24 horas por dia e recebem a visita destes profissionais na sua habitação.
“O objetivo não é que o doente saia enquanto precisar de cá estar. O objetivo é que precise de cá estar menos tempo. É tentar encurtar não o serviço que prestamos, mas rentabilizar e retirar permanências desnecessárias”, diz o diretor clínico.
O centro hospitalar quer reduzir a ocupação desnecessária entre 0,3 e 0,5 dias, o que permitirá uma diminuição de três mil dias de internamento, segundo as contas de Luís Pinheiro. No Hospital de Santa Maria, em 170 camas, há 40 doentes com alta.